Foto tirada do site:www.somostaojovens.com.br
“Não
foi tempo perdido”
Por: Fernando Silva dos Santos
Estreia no próximo dia
3, em mais de seiscentas salas a cinebiografia sobre o Renato Russo “Somos tão
jovens”, do diretor Antonio Carlos da Fontoura (“Uma aventura do Zico”, “No
meio da rua”). O filme traz Thiago Mendonça (“Dois filhos de Francisco”) na pele
do músico. A obra é uma produção da Imagens filmes, Fox film do Brasil, Rio
filme e Canto galo.
O longa mistura ficção
e realidade e conta o período de 1976 a 1982, época em que o cantor vivia em
Brasília com a sua família. A trama mostra desde a doença do artista até a
formação das bandas Aborto Elétrico e Legião Urbana, visitando ainda uma fase
solo do compositor, quando ele mesmo se intitulava o “Trovador Solitário”.
A capital nacional,
naquele tempo não era o local mais agitado do mundo, o clima de mesmice,
pairava no ar. Esse foi o combustível para a juventude daquela época se rebalar
e exigir mudanças. Naquele período o Brasil vivia o regime de ditadura militar.
O filme começa
retratando a doença que assolou a vida do Renato por dois anos a epifisiólise (uma enfermidade que ataca os ossos). Nesse
período o garoto trocou a companhia dos seus amigos e familiares pelos livros,
revistas, músicas e tudo que era arte.
Quando se curou e saiu
da cama, o jovem tinha mudado, estava com pressa queria o mundo e sem demora e
junto com sua a amiga Ana Claudia (Laila Zaid), descobriu a cidade. Nesse
período por influência de um colega conheceu o punk rock. O conceito deste
estilo é que com três acordes, se toca uma canção, é o “faça você mesmo”.
Agora Renato já sabia o
que queria fazer e junto com Fê Lemos (Bruno Torres) bateria e André Petrorius
(Sérgio Dalcin), guitarra, formaram a banda Aborto Elétrico. O trio começou a
tocar pela cidade, o som cru do conjunto arrebatou dezenas de fãs, com isso à
turma começou a crescer.
Logo depois das
primeiras apresentações o guitarrista, saiu da banda e em seu lugar entrou o
irmão de Fê, Flavio Lemos (Daniel Passi), por quem Renato Russo era apaixonado.
Com essa formação a banda compõe músicas como: Fátima, Geração Coca- cola,
entre outras. E fica famosa na cidade e junto com esse sucesso surgem novas
bandas como “Plebe Rude”, Blitx 64, Dado e o reino animal entre outras.
Por diferenças pessoas
e musicais o trio acaba se separando e o cantor resolve se dedicar a outro
universo sonoro. Munido apenas de seu violão o garoto se alto intitula “O
trovador solitário” e escreve clássicos como: “Eduardo e Monica”, “Faroeste
Caboclo” e “Eu sei” entre outros.
Essa fase não dura
muito e depois de tanto procurar Renato encontra Marcelo Bonfá (Conrado Godoy)
bateria e logo depois Dado Villa- Lobos (Nicolau Villa- Lobos) guitarra e
juntos formam a banda Legião Urbana. O conjunto consegue se apresentar fora de Brasília
e com a ajuda dos Paralamas do Sucesso, assinam com a EMI Odeon.
Confesso caro leitor
que gostei muito do filme, as canções são tocadas ao vivo, o que dá uma
sensação de show ao espectador. A atuação de Thiago Mendonça foi digna, ele é
um ótimo ator e se revelou um bom cantor e instrumentista, mas não me
convenceu. Eu senti falta dos trejeitos típicos do Renato, que usava muito as
mãos para falar, ele não achou a essência da personagem, outra coisa que chamou
a atenção é que o rapaz é bem “gordinho” para fazer para fazer o líder da
Legião, que por sua vez era muito magro.
Por outro lado o ator
que fez o Hebert Vianna (Edu Moraes) líder dos Paralamas, estava perfeito na
personagem, ele consegui imitar o jeito cadenciado do cantor falar, reproduziu
até o sotaque do instrumentista.
O som do longa ficou
por conta de Carlos Trilha, que produziu os dois discos solos do Renato Russo,
The Stonewall Celebration Concert e Equilíbrio Distante. Na obra tocam canções
como: Fátima, Música Urbana, Benzina, Eduardo e Monica, Faroeste caboclo, Ainda
é cedo, Que país é esse, entre outras.
O filme conta ainda com
as participações dos filhos de Dado Villa Lobos e Marcelo Bonfá, além de ter a participação
da irmã do cantor Carmem Teresa Manfredini. A película contou ainda com a participação de Philippe
Seabra, Plebe Rude.
Não percam em todos os
cinemas, essa trama que conta história de um dos maiores nomes da história do
rock nacional, que com sua poesia cruzou gerações, rompeu barreiras e se mantém
eternos no coração de seus milhares de fãs até hoje.
“Urbana Legion omnia
vincit”, ou seja, A legião urbana tudo vence!