domingo, 5 de maio de 2013

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                                                                     Foto tirada do site:www.somostaojovens.com.br


“Não foi tempo perdido”
                                                                                         Por: Fernando Silva dos Santos
Estreia no próximo dia 3, em mais de seiscentas salas a cinebiografia sobre o Renato Russo “Somos tão jovens”, do diretor Antonio Carlos da Fontoura (“Uma aventura do Zico”, “No meio da rua”). O filme traz Thiago Mendonça (“Dois filhos de Francisco”) na pele do músico. A obra é uma produção da Imagens filmes, Fox film do Brasil, Rio filme e Canto galo.
O longa mistura ficção e realidade e conta o período de 1976 a 1982, época em que o cantor vivia em Brasília com a sua família. A trama mostra desde a doença do artista até a formação das bandas Aborto Elétrico e Legião Urbana, visitando ainda uma fase solo do compositor, quando ele mesmo se intitulava o “Trovador Solitário”.
A capital nacional, naquele tempo não era o local mais agitado do mundo, o clima de mesmice, pairava no ar. Esse foi o combustível para a juventude daquela época se rebalar e exigir mudanças. Naquele período o Brasil vivia o regime de ditadura militar.
O filme começa retratando a doença que assolou a vida do Renato por dois anos a epifisiólise (uma enfermidade que ataca os ossos). Nesse período o garoto trocou a companhia dos seus amigos e familiares pelos livros, revistas, músicas e tudo que era arte.
Quando se curou e saiu da cama, o jovem tinha mudado, estava com pressa queria o mundo e sem demora e junto com sua a amiga Ana Claudia (Laila Zaid), descobriu a cidade. Nesse período por influência de um colega conheceu o punk rock. O conceito deste estilo é que com três acordes, se toca uma canção, é o “faça você mesmo”.
Agora Renato já sabia o que queria fazer e junto com Fê Lemos (Bruno Torres) bateria e André Petrorius (Sérgio Dalcin), guitarra, formaram a banda Aborto Elétrico. O trio começou a tocar pela cidade, o som cru do conjunto arrebatou dezenas de fãs, com isso à turma começou a crescer.
Logo depois das primeiras apresentações o guitarrista, saiu da banda e em seu lugar entrou o irmão de Fê, Flavio Lemos (Daniel Passi), por quem Renato Russo era apaixonado. Com essa formação a banda compõe músicas como: Fátima, Geração Coca- cola, entre outras. E fica famosa na cidade e junto com esse sucesso surgem novas bandas como “Plebe Rude”, Blitx 64, Dado e o reino animal entre outras.
Por diferenças pessoas e musicais o trio acaba se separando e o cantor resolve se dedicar a outro universo sonoro. Munido apenas de seu violão o garoto se alto intitula “O trovador solitário” e escreve clássicos como: “Eduardo e Monica”, “Faroeste Caboclo” e “Eu sei” entre outros.
Essa fase não dura muito e depois de tanto procurar Renato encontra Marcelo Bonfá (Conrado Godoy) bateria e logo depois Dado Villa- Lobos (Nicolau Villa- Lobos) guitarra e juntos formam a banda Legião Urbana. O conjunto consegue se apresentar fora de Brasília e com a ajuda dos Paralamas do Sucesso, assinam com a EMI Odeon.
Confesso caro leitor que gostei muito do filme, as canções são tocadas ao vivo, o que dá uma sensação de show ao espectador. A atuação de Thiago Mendonça foi digna, ele é um ótimo ator e se revelou um bom cantor e instrumentista, mas não me convenceu. Eu senti falta dos trejeitos típicos do Renato, que usava muito as mãos para falar, ele não achou a essência da personagem, outra coisa que chamou a atenção é que o rapaz é bem “gordinho” para fazer para fazer o líder da Legião, que por sua vez era muito magro.
Por outro lado o ator que fez o Hebert Vianna (Edu Moraes) líder dos Paralamas, estava perfeito na personagem, ele consegui imitar o jeito cadenciado do cantor falar, reproduziu até o sotaque do instrumentista.
O som do longa ficou por conta de Carlos Trilha, que produziu os dois discos solos do Renato Russo, The Stonewall Celebration Concert e Equilíbrio Distante. Na obra tocam canções como: Fátima, Música Urbana, Benzina, Eduardo e Monica, Faroeste caboclo, Ainda é cedo, Que país é esse, entre outras.
O filme conta ainda com as participações dos filhos de Dado Villa Lobos e Marcelo Bonfá, além de ter a participação da irmã do cantor Carmem Teresa Manfredini. A película contou ainda com a participação de Philippe Seabra, Plebe Rude.
Não percam em todos os cinemas, essa trama que conta história de um dos maiores nomes da história do rock nacional, que com sua poesia cruzou gerações, rompeu barreiras e se mantém eternos no coração de seus milhares de fãs até hoje.
“Urbana Legion omnia vincit”, ou seja, A legião urbana tudo vence!




segunda-feira, 8 de abril de 2013

Crítica do show do The Cure em SP


A realeza esteve em São Paulo

                        foto tirada do site:www.valor.com.br


Sábado dia 06/04/2013, a banda de rock The Cure, fez uma apresentação de mais de três horas na arena Anhembi, que fica situada na Avenida Olavo Fontoura, 1209. O show começou às 20:14 e terminou às 23:35. No repertório da noite, sucessos dos álbuns “Pornography(1982)”, “Seventeen Seconds(1980)”, “Disintegration(1989)”, entre outros.

Já se fazia dezessete anos que “Sir Robert Smith”, não tocava no Brasil. Ao todo o The Cure já havia tocado duas vezes no país uma em 1987 e outra em 1996. Dessa terceira vez, o conjunto se apresentou no Rio e em São Paulo, estimam-se que cerca de quarenta e cinco mil pessoas viram as duas apresentações.

Em São Paulo o local escolhido foi a arena Anhembi, que já foi palco de outros membros do hall da fama do rock, como: Aerosmith, Ozzy, entre outros. O local historicamente não tem uma acústica muito boa para esse tipo de evento, mas ao contrário do que muitos pensavam o som estava perfeito, limpo, sem interferências ou ruídos.

Robert apareceu para a multidão, no seu bom e velho estilo característico, com roupa preta, cabelos armados e desfiados, lápis nos olhos e batom. Sempre muito carimástico o senhor Smith sempre soltava um “Obrigado”, cheio de sotaque para a multidão. Vez ou outra no estilo Morissey, ele fazia umas dancinhas  para o público, que ia ao delírio. Na platéia gente de todas as faixas etárias, as pessoas curtiam o show com se estivessem hipnotizadas.

No alto dos seus 53 anos o vocalista e guitarrista, mostrou a todos, o porquê seu nome é tão endeusado a mais de trinta anos. No total o conjunto tocou quarenta músicas e ele não desafinou uma única vez, atingindo as notas mais agudas com grande perfeição na execução. Além disso, fez diversos solos de guitarra, em um momento do show uma das cordas do instrumento estourou durante o solo da música e sem titubear, ele mudou a posição do arranjo e continuou tocando até o final da canção, fazendo referência ao ditado popular “Quem sabe faz ao vivo”.

Na apresentação não podiam faltar os sucessos: Lovesong, In betwen days, Just like heaven, Lullaby, A forest, Friday I'm in love, Disintegration, The lovecats, The caterpillar, Close to me, Boys don't cry, 10:15 saturday night, Killin an arab, entre outros.

Com a disposição de um menino, Smith fez um show sem erros, equilibrado, vibrante. O cinquentão fez apenas duas pausas durante todo o show, que não duraram nem cinco minutos, mostrando para todos que o rock não fica velho e pode ficar ainda melhor com a idade. Quem esteve na Arena Anhembi não se arrependeu do que viu, às horas passaram voando, foi uma noite muito divertida e animada.

Em breve o The Cure vai lançar o seu novo álbum, que segundo o próprio Robert, esse será o seu melhor trabalho. O último disco lançado pela banda foi o " Dream (2008)". Os fãs aguardam com muita ansiedade esse novo CD e esperam que em breve o conjunto volte para se apresentar no Brasil.




segunda-feira, 1 de abril de 2013

Crônica: Nunca é sempre muito tempo


Engraçado como as pessoas usam com tanta frequência a palavra NUNCA. Essas cinco letrinhas são um perigo, principalmente quando fazem menção a uma “Certeza” futura.
Acho que assim como tantos outros, esse termo deveria ser classificado como arsenal de guerra, mas ou invés disso, essa ameaça passou a ser mais uma vírgula no cotidiano de muita gente.
Curioso como nós usamos de forma imprudente e, até certo ponto, de maneira leviana esse e outros tantos verbetes comprometedores.
Foto: euamobrincar.com.br

“Eu nunca disse que a África era um lugar amaldiçoado”, afirmou, com uma convicção invejável, o pastor Marcos Feliciano quando, no dia anterior, jornais estamparam em suas capas os twitters publicados pelo próprio religioso/deputado apontando que a história não era bem assim. Culpa da internet e da sua absoluta e indiscriminada reminiscência.
Numa certa ocasião, eu vi na TV, o ex-governador de São Paulo, José Serra, dizer. “Eu nunca vou deixar de apoiar as decisões do meu partido, quanto à escolha para candidatura a presidência”, e olha aí o danado ameaçando boicotar o mineirinho, que não come tão quieto, Aécio Neves. Tudo porque Serra, recalcado, não é mais o menino prodígio da Batcaverna tucana.
Não que eu esteja recriminando esses dois, eu também já disse para aquela pessoa que agora eu não lembro o nome, que jamais há esqueceria. E não é que agora, alguns anos depois, eu nem me lembro aonde mora essa fulana de olhos verdes.
Pois é querida leitora, eu sei que até mesmo você, que nesse momento parou para prestigiar essas humildes linhas, quantas e quantas vezes não se pôs a pensar: Eu nunca iria ao shopping Higienópolis para pagar R$1000,00 numa blusinha de lã com detalhes em fuxico sendo que eu compro uma igual por R$19,90  no descontão da loja Marisa.
Foto: kidimagens.com
E você caro leitor, que pensou enquanto encarava o volumoso decote daquela vendedora que estava estrategicamente posicionada ao seu lado em frente à vitrine da loja de celulares: Eu nunca vou pagar R$2000,00 em um aparelho que daqui a um mês, vai estar ultrapassado (esse exemplo pode ser usado para qualquer outro produto haja vista o decote da vendedora) e hoje, seis meses e muitos atrasos depois, se coloca em prantos deitado sobre as pilhas de carnês da Louis Vuitton (acho que é assim que se escreve) e dos enormes boletos das Casas Bahia pensando: Eu nunca mais vou fazer isso. Enquanto, por outro lado, numa catarse neural pensa: Eu nunca vou conseguir tirar meu nome do SPC.
Pois é meu amigo, cuidado com o que se diz por que você quase nunca consegue cumprir e, quase sempre, se arrepende disso.
Nunca é sempre muito tempo e o tempo, quase nunca, é bom com os profetas, pois eu aposto que se Nostradamus estivesse vivo hoje nunca teria dito tanta bobagem.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Crônica - É chique demais para mim!

Quinta-feira em São Paulo, véspera de feriado nacional e o tempo estava agradável com poucas nuvens no céu. Perfeito para passear pela cidade, até que resolvi criar coragem e atravessar a metrópole para apreciar uma simples exposição de um fotógrafo renomado no Brasil e no Mundo, mas o endereço do evento gratuito fica na "fresca" e sofisticada Oscar Freire, aquela que atravessa a Rebouças e atrai pessoas de um poder aquisitivo considerável todos os dias.

A medida que fui dando os primeiros passos por lá, o constrangimento se apossou da minha vida de uma forma aterrorizante porque já estou prestes a completar 22 anos e em todos esses anos vivendo nesta indústria vital, foi a primeira vez que caminhei por uma rua tão perfeita e organizada. Cheguei a me perguntar: Puxa estou em São Paulo mesmo? Um lugar que até os cachorros evitam dar atenção aos "piriris" do intestino de tão limpo e cristalino que são as calçadas da Oscar Freire.

De um lado, Senhoras com suas sacolas de compra entrando de loja em loja aproveitando as "ofertas" utilizando seus cartões de crédito de limites infinitos, o suficiente para comprar a avenida toda. Do outro, Senhores tomando café devidamente acomodados em estofadas poltronas instaladas na beira da calçada como se estivessem nas ruas de Paris. UAU! Aliás, o material daquelas calçadas são de tão boa qualidade que nunca antes na história desse país foi visto uma obra tão perfeita e lisinha para receber a pisada de vários pedestres.

O movimento de manobristas desfilando com os "humildes" veículos pela via procurando as Senhoras no estilo Hebe de ser (Que Deus a tenha) para acomodar suas dezenas de sacolas de compra como foi citado acima, é impressionante! São tantos, que acabam provocando um certo tumulto de carros dificultando o fluxo da avenida, mas não é sempre, é só quando as mulheres brilhantes (por causa das jóias) resolvem gastar.

Após a exposição e para encerrar o passeio, uma imagem que marcou o dia e ficará na minha mente, talvez a de vocês também quando passarem por lá, foi a de um simples coletinho de lá, diga-se de passagem, tenho um IGUAL, comprado nas lojas Riachuelo por menos de R$ 40,00 exposto em uma das vitrines por apenas R$ 1.100,00. Mas na hora dei uma virada de pescoço de uma forma que quase voltei para casa com um galo na cabeça por causa do poste logo a frente e com um torcicolo de tamanha atenção que me chamou o preço. 

Depois dessa, coloquei meu fone, selecionei minhas músicas que vão de louvores gospel a The Beatles, Elton John e Ozzy Osbourne (no mínimo curioso não?) e peguei um ônibus em direção ao metrô da Avenida Paulista, desejando imensamente voltar ao meu mundo humilde, simples e bem mais barato da Vila Prudente/Zona Leste da capital.




terça-feira, 26 de março de 2013

Pequena crônica em homenagem a São Paulo

Foto:http://blog.localnomad.com

Minha Paixão por ela

Minha relação com ela sempre foi agitada. Minha relação com ela sempre foi apertada. Minha relação com ela sempre foi dividida. Minha relação com ela sempre foi divertida. Minha relação com ela sempre foi cheia de amor e ódio, mas como posso desmentir meu coração se ela, ao longo dos anos, tornou-se mais uma grande paixão.

Vivo nela há alguns anos, porém há pouco aprendi a respeitá-la e, mesmo não conseguindo ainda compreendê-la por completo, diante de sua exuberância, aos poucos comecei a amar essa grandiosa que, mesmo não recebendo o respeito merecido, não deixa de lado aqueles que por ela se enamoram.
E quem é essa que a muito devo? Ela que me mostrou o desconhecido e disse o quanto desprotegido eu sou?
Falo de São Paulo, essa grandiosa, que como disse um alguém. “Tem o fascinante poder de abrigar dentro de si, varias outras etnias, cidades, pessoas e paixões”.
Vejo São Paulo como quem olhou por uma janela e, através dela, enxergou o novo mundo. Um lugar que me trouxe encantamentos e fascinações.
Talvez eu não devesse “Caetanear”, mas assim como o poeta, “Quando cheguei por aqui, também não entendi” e talvez nunca entenda, pois mesmo com “Uma dura poesia discreta”, a cada nova esquina. Vejo um povo bondoso, trabalhador e sempre disposto a ajudar. Vejo pessoas de raças, sotaques, cores, crenças e vidas diferentes, buscarem desde o amanhecer até o fim de cada dia, o caminho para a realização do sonho chamado São Paulo e, mesmo não conseguindo, ao final de sua jornada não desanimam, levantam a cabeça e reúnem forças para desbravar novas possibilidades ao sentirem o raiar de um novo sol de esperanças.
Sinto por essa cidade, a vontade de ser dela, de viver nela e poder nela ser feliz. Tenho por esse lugar, um respeito a sua gente, que tão bem representa esse país. Vejo por aqui, o caminho que guia o futuro dos fortes, lutadores e sonhadores. Creio que aqui, as oportunidades surgem para aqueles que as buscam e com isso, tento, do meu jeito, ser merecedor delas.
Ela me deu tudo que busquei, me deixou ser aquilo que um dia almejei. Ela me tirou coisas e pessoas que jamais pensei, mas me dará aquilo que sempre sonhei. É por isso, que por ela, desde o primeiro dia, mesmo sem saber, acho que me apaixonei.
E ao me tornar sabedor desse tão inesperado fato, peço perdão a terra de onde vim, sei que lá também fui feliz, mas é aqui onde estou que verdadeiramente descobri quem sou.
É depois desse pequeno relato que acabei de inserir, só me resta agradecer e falar a quem quiser ouvir obrigado São Paulo por existir.

domingo, 24 de março de 2013

Minha primeira maratona


Foto tirada do site: www.nightrun.com.br

Os amarelos invadiram o sambódromo do Anhembi

Quem passou pela Marginal Tiete, sábado dia 23/03, por voltas das dezoito horas, viu um mar de gente, quase todos vestidos com uma camisa amarela. O intuito dessa multidão era participar da maratona “Night Run”, que foi realizada no complexo Anhembi.
Os participantes tinham duas escolhas, correr cinco ou dez quilômetros, a corrida começava dentro do Sambódromo, passava pelas ruas entorno do complexo e parque. Esse formato de prova ainda é novo no Brasil, geralmente as corridas acontecem durante o dia, mas proposta do evento é fazer uma balada no começo, no meio e no fim da corrida, o som está presente todo o tempo.
Longe de estarmos preparados, eu a Cibele minha namorada, decidimos correr está prova, ela preferiu correr cinco eu, por minha vez, decidi correr dez quilômetros. Essa missão não me parecia uma coisa muito difícil, mas já fazia algumas semanas que não corria, porém orgulhoso que sou, nunca iria desistir desse objetivo.
Conforme os minutos iam passando, a minha agonia ia crescendo, parecia que a hora da corrida nunca ia chegar e eu só queria mostrar para mim e para todo mundo que eu conseguiria correr aquela prova.
O tempo estava frio e garoava bastante, eu me alongava, um pouco inseguro, nunca tinha visto tanta gente junta. Arrumei o meu short, zerei o meu cronometro e esperei a contagem regressiva.
Quando começou a corrida, eu tentei manter um ritmo único, por causa disso, vi muitos me passarem, esse momento foi muito difícil, afinal de contas é estranho ver muitas pessoas te ultrapassando. Tentei me concentrar na prova e limpei a minha mente, pensei única exclusivamente em mim.
A cada passo que dava, já era uma vitória e uma confirmação de que eu ia conseguir. Os primeiros quinze minutos passaram rápido, para ser franco eu nem percebi, estava forte, firme e muito confiante e ninguém poderia me parar. A não ser aquela dor chata que sinto no tornozelo.
Aos poucos começo a ultrapassar muita gente, me sentia vivo, meu coração pulsava vida e esperança. Nessa corrida eu aprendi muito sobre mim e sobre os outros, por alguns minutos, eu simplesmente parei a beleza e andei nas nuvens.
Aumentei o ritmo prematuramente no quarto quilômetro, foi engraçado me sentia muito bem, quando cheguei ao seis, me arrependi dessa escolha e voltei para o meu ritmo inicial. Comecei a sentir cansaço e preguiça, parecia tão longe e as dores musculares começavam, passo a passo o meus fantasmas interiores viam me atormentar.
Mesmo rodeado de gente, me sentia tão sozinho, eu conseguia ouvir o barulho dos meus passos solitários no meu da multidão. Chego aos quarenta minutos e rapidamente passos os cinquenta, vejo muitos caminhando e outros desistindo. Resolvo aumentar o ritmo afinal falta tão pouco.
Enfim avisto a linha de chegada faltavam apenas quatrocentos metros e nada mais poderia me impedir, acelerei mais, corri feito um louco, passada a passada, eu aumento o ímpeto, passo pela linha de chegada e continuo correndo, só paro de correr quando vejo a Cibele, enfim a abraço, estava tudo acabado.
Termino a prova em 56:32 minutos, as dores são substituídas pela alegria e sensação de dever cumprido, foi lindo, me senti ótimo, maravilhoso. Eu gostaria que todas as pessoas sentissem essa sensação, agora esse desafio já acabou e estou louco pelo próximo que venha então o “Night Race”, dia 13/04.


quarta-feira, 20 de março de 2013

Comentário do filme " Cartas para Deus"


Comentário do filme Cartas para Deus
                                                                                   Credito: foto blog: ismaelpsicol.blogspot.com

Para escrever sobre esse filme, me reservo o direito de escrever em primeira pessoa, pelo menos nos primeiros parágrafos. Eu sinceramente acredito que um filme significa muito mais que um alívio para a alma ou uma breve fuga da realidade. Com toda franqueza, acredito que se aprende muita coisa assistindo um filme, conceitos tão necessários de ética, bondade, cidadania, legislação, família, amizade, amor e etc.
Por isso eu peço a todos os espectadores, que nunca menosprezem essa magia e consolo que só se encontram nos filmes, eles realmente transformam vidas e mudam pensamentos e constroem seres humanos, já foram usados como uma importante ferramenta de guerra, hoje é usada apenas como arte.
Mas o motivo pelo qual estou escrevendo essas linhas é para falar sobre o filme “Cartas para Deus”, do diretor David Nixon, ele também foi uns dos produtores da obra. O longa conta a história de Tyler Dohety, um menino que é portador de um tipo raro de câncer, o jovem se corresponde frequentemente com Deus por meio de cartas. Nesses bilhetes ele escreve orações em nome de seus familiares e amigos.
O responsável por entregar essas cartas é o carteiro Brady, um homem viciado em álcool, que se separou de sua mulher e filhos por causa da sua doença. Ele fica sem saber o que fazer com os bilhetes e resolve leva- lós a igreja. Chegando lá ele é instruído a fazer com eles, o que o seu coração mandar, então ele resolve guarda-lós.
Com o passar dos dias Brady, começa a interagir com o garoto a conversar e jogar bola com ele, de alguma maneira os dois se ajudam e juntos superam as suas dores e criam laços de amizade e confiança muito fortes.
Com essa ligação entre os dois crescendo Brady, acaba se aproximando também da mãe do garoto que é viúva e os dois desenvolvem uma relação mutua de carinho e companheirismo.
Quando se é alcoólatra se vive um dia de cada vez e em uma dessas crises Brady, sente que vai ter uma recaída, então resolve ler as cartas e descobre que os bilhetes escritos pelo garoto, são orações que ele fez para Deus em nome de sua mãe, vó, irmão e amigos.
“Cartas para Deus” é um filme comovente que fala da importância da oração, mas vai muito mais além que isso, mostra uma reflexão que todos devemos fazer sobre a vida e modo com a levamos e como tratamos os nossos semelhantes, ou seja, as pessoas que nos cercam.
O diretor e um dos produtores do filme é David Nixon, um velho conhecido dos filmes desse gênero, como não lembrar de:  “A prova de fogo” e “Desafiando gigantes”, os dois longas falam de religião, fé, amor, família e superação. São obras que trazem uma mensagem e uma ideologia bem clara.
Mas algo que não se pode deixar de falar é que o roteiro é bem previsível e comum até burocrático.
Esse longa foi baseado em fatos reais, conta uma história comovente e triste, mas não é um drama e sim uma lição de vida e humildade, a obra tenta mostrar que todos no mundo, temos uma missão. É um bom filme diria nota sete.

Distribuição: Imagens Filmes, É um filme que foi produzido em 2010 e lançado somente me dezembro de 2011.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Comentário sobre o filme O Lado bom da vida


O lado bom da vida
O Filme é um hospício, todos os personagens tem algum tipo de distúrbio. O personagem central da história é Pat (Bradley Cooper), um professor obeso que pega sua mulher transando com outro homem, num ato de descontrole ele espanca o sujeito e quase o mata, este ato acaba resultando na sua prisão, ele fica em uma clínica de repouso por oito meses.
Assim que sai da clínica, Pat volta para casas dos seus pais, seu progenitor na trama é Robert De Niro, um viciado em jogo e cheio de supertições. Pat deseja recuperar a sua vida, voltar a dar aulas e reconquistar a sua mulher, mas ele não pode se aproximar dela, por causa de uma ordem de restrição.
Um dos bons hábitos que Pat aprendeu na clinica foi o de se exercitar, agora ele não é mais obeso, é um sujeito atlético e cheio de disposição, que corre pelas ruas do seu bairro de moletom, blusa e por cima de tudo um saco de lixo. Por mais que Pat tente,  ele ainda não está curado, constantemente é vitima de ataques neuróticos.
 Um belo dia Pat é convidado por uma amigo para jantar, nesse encontro ele conhece Tiffany (Jennifer Laurence), uma bela mulher que acaba de perder o marido, em um acidente de carro e que também está com problemas comportamentais. Logo de cara rola uma química entre os dois, mas ao que indica ambos não levam muito jeito para se relacionar.
Por ainda estar ligado a sua ex- mulher, Pat deixa bem claro que não quer ter nenhuma relação com a moça, mas Tiffany é uma moça decidida e vive criando meandros para se encontrar com ele. Na medida em que os dois vão se conhecendo, as diferenças vão sumindo e o que fica é só o amor, o companheirismo e troca de experiência.
É uma comédia romântica carregada no drama que fala de amor, família e de recomeço. O roteiro deixa algumas lacunas, muitos pontos ainda ficam no ar, mas mesmo assim é um ótimo filme.
Há ótimas atuações dos atores de um modo geral, mas três merecem ser lembrados e são eles: A bela atuação de Jennifer Lawrence, a rendeu o Oscar de melhor atriz, alguém que como sempre, esteve muito inspirado foi Robert De Niro, genial. Mas na minha opinião o grande destaque do filme é Bradley Cooper, que teve uma atuação brilhante, merecia ganhar o Oscar de melhor ator, mas o prêmio foi para , Daniel Day-Lewis que viveu o presidente Abraham Lincoln. O lado bom da vida é um ótimo filme, para ver com alguém muito especial.

Comentário sobre o livro " Quase Negros"


Quase negros
Um dos diversos mistérios que rodam a nossa existência humana, é essa incansável sensação que temos que falta alguma coisa em nossas vidas, sempre falta algo, nunca estamos satisfeitos, buscamos sempre alguma coisa e muitas vezes nem sabemos o que é, o que tanto faz falta, talvez seja uma maldição jogada por Deus ou simplesmente um desejo, fato é que todos temos essa impressão.
O titulo do livro “ Quase negros ”, levanta um dúvida logo de cara e depois é explicada logo no inicio do livro. Os olhos de Adão, são tão azuis que são quase negros, uma citação semelhante encontramos na obra de Machado de Assis “ Dom Casmurro”, quando o autor fala dos olhos de Capitu. Também se senti a influência de outros autores na obra, quando o criador apresenta cada personagem, ele faz isso com uma destreza e habilidades, traçando um perfil semelhante a Franz Kafka, eu notei também uma agilidade natural e quase irônica no modo como ele conta a história, típicas do Saramago (claro que com mais pontos finais e travessões), outro autor que também senti na história foi Castro Alves, na forma poética como ele conta a história.
A obra é um romance sem preconceitos e livre de moralismos, atual, mas ao mesmo tempo antigo, mostra que a atração física não tem idade e todos estão submissos a certos desejos naturais. O Autor nos mostra personagens reais  com medos e angustias naturais, pessoas que buscam o autoconhecimento, talvez seja mais fácil conhecer outras pessoas e lugares do que conhecer a si próprio.
Adão é alguém que busca o seu lugar no mundo, alguém que já sofreu por amor e já fez padecer também. A tristeza que a personagem senti quando percebe que já não pode mais viver o seu amor, é comovente e humanizada a figura dramática. Ele decide pelo mais fácil que é fugir e não sentir mais nada, escapar do mundo e acima tudo, de si mesmo.
Grande livro, cativante, sensível, poético, ótima leitura, essas foram às impressões que tive sobre a obra.

Autor: Marcos Alexandre Capellari
          2° edição, editora Humanas 



Entrevista com Sergio Vaz, criador do Cooperifa
Repartir o pão da sabedoria
Foi com uma simples ideia e um sonho de propagar a literatura na sua comunidade, que Sergio Vaz criou o Sarau da Cooperifa, esse projeto ganhou corpo e quase 11 anos depois, leva seus versos a muitos outros lugares
Fernando Santos
Todo menino sonha em ser jogador de futebol, e com esse mineiro de 48 anos não foi diferente. Leitor assíduo graças ao pai que tinha a leitura como hábito, o jovem rapaz foi trocando aos poucos os campos de várzea pelas bibliotecas e a bola e pelos livros, mais nunca deixando de lado o esporte que é sua grande paixão.
Casado há mais 15 anos, pai de Mariana, Sergio Vaz recebeu a nossa revista em sua casa em Taboão da Serra extremo sul de São Paulo, numa segunda-feira ensolarada, para uma conversa bem descontraída. Com um grande sorriso no rosto, muito simpático, logo nos deixou muito a vontade. Nosso primeiro contado com o poeta havia sido uma semana antes no Sarau da Cooperifa, onde ele nos recebeu na porta e convidou toda a equipe para participar do Evento.
Como dizia o poeta “Para sobreviver o homem só precisa de alimento e sonhos”, é com esse intuito que todas quartas- feiras acontece no bar do Zé Batidão os Saraus da Cooperifa. Em um ambiente que mais parece uma garagem, algo em torno de 60 metros quadrados, umas quinze mesas de plásticos espalhadas pelo local, ao centro um pedestal com um microfone, e duas caixas de som uma de cada lado. Nesse recinto duas centenas de pessoas se aglomeram para assistir o evento, homens, mulheres, crianças, idoso, donas de casa, moradores de rua, enfim todos são bem vindos pra expressar, suas angustias, medos, tristezas e alegrias, não importando se tem rima, à plateia em silêncio acompanha as apresentações, numa verdadeira troca de experiência e cultura.

Revista- Sérgio fala um pouco de você, seus projetos e planos.
 Sérgio Vaz- Mano, eu sou um cara que tenho 48 anos, sou casado, tenho uma filha chamada Mariana, moro em Taboão da Serra, sou poeta, produtor cultural, e já escrevi sete livros.
Revista- Como foi o seu primeiro contato com os livros?
Sérgio Vaz- Eu gosto de ler desde cedo, por que meu pai gostava, aprendi com ele. Mas como todo garoto de periferia, eu queria ser jogador de futebol, não deu certo, nunca imaginei ser poeta, o trabalho da Cooperifa tem haver com isso, eu sempre pensei em fazer projetos, na verdade eu queria que meus amigos gostassem de ler como eu. Assim a gente criaria uma comunidade melhor.
Revista- A cooperifa surge dessa ideia?
Sérgio Vaz- A Cooperifa foi criada por mim e pelo Marco Pezão, e a ideia era basicamente propagar a literatura na periferia.
Revista- E não tinha ninguém que falasse de poesia na periferia?
Sérgio Vaz- Sempre teve gente falando de poesia na periferia, não fui eu que inventei isso. Não existia ninguém que tivesse espaço, para falar de literatura, a Cooperifa ao menos tinha sede, era em uma fábrica abandonada em Taboão da Serra.


Revista- Que fábrica que é essa?
Sérgio Vaz- Eu tinha um amigo que fazia silk screens {é arte de colar estampa em camisa} em uma fabrica em Taboão da Serra, um dia eu fui visitá-lo e vi o espaço e falei, Caramba! Dá para fazer um monte de coisa aqui. E eu estava lendo algo sobre a semana de arte moderna de 22 { foi um evento de arte que durou uma semana, e cada dia foi dedicado a um tema: pintura, escultura, poesia, literatura e música, esse evento ocorreu no Teatro Municipal} e foi com essa influência que a gente criou os primeiros eventos da Cooperifa.  Pena que logo perdemos o local.
Revista- Ai vocês chegaram ao bar do Zé Batidão?
Sérgio Vaz- Então o Pezão conseguiu um bar em Taboão mesmo, e a gente ficou fazendo os Saraus lá, só que um e meio depois perdemos o espaço também, aí eu falei para o Zé estamos mudando para cá, e já era!
Revista- Por que um bar?
Sergio Vaz- O bar é uma cultura da periferia, assim como pipa, bolinha de gude, tudo acontece lá, a reunião do time da várzea, é onde se guarda os instrumentos da escola de samba da quebrada, é onde se discute se vai asfalta a rua, é a central de encontros da comunidade, se você não for conhecido no buteco ninguém te acha.
Revista- Os saraus acontecem as quartas- feiras, que é dia de futebol, é um jeito de tentar desalienar as pessoas?
Sérgio Vaz- Não! No domingo é sagrado, sexta e sábado tem balada, quinta-feira já começa o esquenta, então quarta- feira é o dia. Não foi de propósito, mais só cola realmente quem gosta de poesia.
Revista- Que público vem prestigiar o evento?
Sérgio Vaz- O público é bem variado, qualquer pessoa que é ligada a cultura quer conhecer o sarau da Cooperifa. Aqui a gente tem um movimento de resistência, um evento que já acontece há onze anos, sem música ou apoio do governo. Ali a gente reparti o pão da sabedoria em partes iguais!
Revista- E os vizinhos gostam da Cooperifa?
Sérgio Vaz- A o Entorno do bar não gosta muito, afinal está muito perto {risos}. Todo mundo quer ter uma feira no bairro, mas não na sua rua, mas o povo gosta sim, muitos participam.
Revista- A Cooperifa nunca recebeu apoio de nenhum órgão público?


Sérgio Vaz- Agora não mais, antes até vinham. A Gente tem um bom relacionamento com todo mundo, eles já entenderam qual é a da Cooperifa. A gente faz política sem ser partidária, acho que em outras atividades até pode ser, mas no sarau não, ele é intocável, é da comunidade.
Revista- A Cooperifa tem vários projetos entre eles: A Poesia no Ar, O Cinema na laje, A casa da ignorância, fala um pouco deles para gente.
Sérgio Vaz- Bom, o Poesia no ar, são poema colocados dentro de bexigas e que vento leva pela cidade, a gente chama de “atentados poéticos”. O cinema na laje é uma parceria da Cooperifa, e com a Pacus vídeos e o Zé Batidão exibindo basicamente documentários, por que o filme é uma boa forma de trazer cultura também. A casa da ignorância, a gente ainda não sabe direito que formato vai ter, mais vai ter teatro, disso eu sei!
Revista- Por que a Cooperifa não foi para o lado do esporte, não teria mais apego com o público?
Sérgio Vaz- Na verdade eu sou um cara do esporte, eu joguei na várzea, mas a atividade física só mexe com o corpo, e não com a mente, não traz cidadania e sim subserviência, não que isso acontece de propósito.
Revista- Como assim?
Sérgio Vaz- O esporte é da hora! Só que a gente quer literatura, ninguém passa incólume pela poesia, se você é jornalista e não lê, você vai ser um péssimo profissional. Quem comanda esse país lê, então deve ser interessante, a gente tem que criar esse hábito também! {risos}
Revista- Quais as principais dificuldades que o projeto enfrenta?
Sérgio Vaz- O povo não gosta de ler cara, é muito difícil tirar a pessoas da mediocridade. É muito gratificante quando as pessoas voltam a estudar por causa da Cooperifa. O incentivo a leitura não é uma coisa fácil, não é o estado somos nós mesmo.
Revista- E como mudar isso?
Sérgio Vaz- Os projetos são muito teóricos, propaganda de incentivo a leitura aquilo não instiga ninguém, só o cara que ganhou cachê para fazer, talvez nem ele.

Revista – A culpa então é do governo?
Sergio Vaz- Primeiro a gente precisa centralizar isso. Já me falaram que a gente precisa ter uma revolução armada, mas nós primeiro precisamos aprender a ler o manual de instrução. Não que eu seja a favor! As pessoas votam no Kassab {atual prefeito de São Paulo} e depois ficam perguntando o que ele esta fazendo lá. {risos}
 Revista- A gente não sabe ser democrático então?
Sérgio Vaz- A democracia não existe. Eu acho que ela significa acesso à cultura, educação, saúde e segurança. Você tem direito de ir e vir, aonde? Em Moema. Tem bairros que você não pode exercer esse direito, ou tu é parado pela policia ou pelo ladrão.
Revista- Como você definiria o Cooperifa hoje?
Sergio Vaz- É um movimento cultural da periferia para a comunidade, é isso!
Revista- Sérgio tem alguma coisa que nós deixamos perguntar e você gostaria de acrescentar?
Sérgio Vaz- Eu Gostaria de falar dos meus Sete livros que são: Subindo a ladeira Mar à noite, A margem do vento, Pensamentos vadios, A poesia dos Deuses inferiores, Colecionador de pedras, Cooperifa antropofagia periférica, Literatura pão e poesia.
Revista- Sérgio escolhe uma frase para encerrar a entrevista?
Sérgio Vaz- Não confunda briga com luta, a primeira tem hora e local para acabar, e a segunda continua a vida toda!










domingo, 23 de dezembro de 2012

QUANDO A CORRUPÇÃO PASSOU A SER ACEITÁVEL?

Será que em algum momento entre 2015 e 2020 houve uma redefinição de conceitos morais e, com isso, algumas corrupções passaram a ser aceit...