Quinta-feira em São Paulo, véspera de feriado nacional e o tempo estava agradável com poucas nuvens no céu. Perfeito para passear pela cidade, até que resolvi criar coragem e atravessar a metrópole para apreciar uma simples exposição de um fotógrafo renomado no Brasil e no Mundo, mas o endereço do evento gratuito fica na "fresca" e sofisticada Oscar Freire, aquela que atravessa a Rebouças e atrai pessoas de um poder aquisitivo considerável todos os dias.
A medida que fui dando os primeiros passos por lá, o constrangimento se apossou da minha vida de uma forma aterrorizante porque já estou prestes a completar 22 anos e em todos esses anos vivendo nesta indústria vital, foi a primeira vez que caminhei por uma rua tão perfeita e organizada. Cheguei a me perguntar: Puxa estou em São Paulo mesmo? Um lugar que até os cachorros evitam dar atenção aos "piriris" do intestino de tão limpo e cristalino que são as calçadas da Oscar Freire.
De um lado, Senhoras com suas sacolas de compra entrando de loja em loja aproveitando as "ofertas" utilizando seus cartões de crédito de limites infinitos, o suficiente para comprar a avenida toda. Do outro, Senhores tomando café devidamente acomodados em estofadas poltronas instaladas na beira da calçada como se estivessem nas ruas de Paris. UAU! Aliás, o material daquelas calçadas são de tão boa qualidade que nunca antes na história desse país foi visto uma obra tão perfeita e lisinha para receber a pisada de vários pedestres.
O movimento de manobristas desfilando com os "humildes" veículos pela via procurando as Senhoras no estilo Hebe de ser (Que Deus a tenha) para acomodar suas dezenas de sacolas de compra como foi citado acima, é impressionante! São tantos, que acabam provocando um certo tumulto de carros dificultando o fluxo da avenida, mas não é sempre, é só quando as mulheres brilhantes (por causa das jóias) resolvem gastar.
Após a exposição e para encerrar o passeio, uma imagem que marcou o dia e ficará na minha mente, talvez a de vocês também quando passarem por lá, foi a de um simples coletinho de lá, diga-se de passagem, tenho um IGUAL, comprado nas lojas Riachuelo por menos de R$ 40,00 exposto em uma das vitrines por apenas R$ 1.100,00. Mas na hora dei uma virada de pescoço de uma forma que quase voltei para casa com um galo na cabeça por causa do poste logo a frente e com um torcicolo de tamanha atenção que me chamou o preço.
Depois dessa, coloquei meu fone, selecionei minhas músicas que vão de louvores gospel a The Beatles, Elton John e Ozzy Osbourne (no mínimo curioso não?) e peguei um ônibus em direção ao metrô da Avenida Paulista, desejando imensamente voltar ao meu mundo humilde, simples e bem mais barato da Vila Prudente/Zona Leste da capital.
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