Nos últimos dias, notícias envolvendo
jornalistas me chamaram atenção de forma negativa especialmente porque, nesse
momento, a imprensa não deveria ser notícia. Mas vamos lá e entender o que
houve e o porquê de isso ser grave.
A primeira notícia a ligar o sinal
de alerta foi o afastamento de um jornalista do grupo EBC (Empresa Brasil de
Comunicação), após ele ter perguntado, num grupo de whatsapp, a um assessor do
Ministério da Saúde, sobre os critérios para a “ocupação de cargos comissionados”
na pasta?
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Uma pergunta que eu acredito que todos
achamos pertinente, mas que ficou sem resposta e ainda resultou no afastamento
do jornalista da cobertura sobre COVID-19, vírus que já matou mais de 40 mil brasileiros.
A segunda notícia foi a invasão da Rede Globo por um homem que fez de refém uma repórter e exigiu falar com a
jornalista e apresentadora do Jornal Nacional Renata Vasconcellos como condição
para se render à polícia. Felizmente o ato não acabou em tragédia.
O terceiro fato que chamou minha atenção
foi a fala do Procurador-Geral da República Augusto Aras que, durante o
julgamento da ação sobre Fake News, colocou veículos de Comunicação profissionais no mesmo patamar de bots, blogs e perfis de redes sociais que disseminam notícias
falsas.
Esses três fatos chamam a atenção
porque são ataques diretos à imprensa profissional. O que nesse cenário de polarização
leva, como vimos no caso da Globo e da EBC, a atentados contra jornalistas e o trabalho
jornalístico.
Como diz o artigo 2020 da Constituição,
jornalista pode fazer qualquer pergunta, se alguém não concordar pode não
responder, mas não impedir que a pergunta ou a matéria seja feita. Por isso
devemos ter cuidado, pois como disse o jornalista Reinaldo Azevedo, hoje, “quem
toma jornalista por bandido pode terminar tomando bandido por jornalista”.
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