A fala de ontem da infectologista Maria Van Kerkhove, chefe do programa de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), acabou gerando uma repercussão negativa nas redes sociais por supostamente contradizer aquilo que a entidade vinha alertando desde o início da pandemia do novo Coronavírus.
Acontece que o problema em si não
está na fala de Maria, que durante entrevista no último dia 8 de junho disse
que a transmissão do vírus por pessoas assintomáticas seria "rara". O
que deu início a uma avalanche de críticas e levou a entidade a se explicar um dia depois.
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Infectologista Maria Van Kerkhove – Foto: Reprodução/OMS |
O fato é que a ciência não segue o
tempo da crise e por isso, usualmente apresenta análises e estudos que podem
ser contraditórios ente si, o que também faz parte do jogo. Por isso, quem agora
acompanha o noticiário cientifico deve saber que para ser corroborada ou
refutada uma tese, um medicamento ou uma vacina, por exemplo, passa por um
longo processo de análise.
São feitos estudos, artigos são publicados,
a comunidade científica debate a eficácia ou a ineficiência da metodologia
utilizada e, por fim, a questão é refutada ou corroborada. O que acontece hoje com
a Cloroquina é um bom exemplo disso.
Eu sei que agora todos temos pressa,
mas o problema não é a fala da infectologista, mas a incapacidade da impressa
de explicar para o público como funcionam as etapas de um processo científico e
que o tempo da ciência não é o mesmo tempo da crise.
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