domingo, 23 de dezembro de 2012

domingo, 2 de dezembro de 2012

Encontro com um fim

Foto: http://ribeirosamar.blogspot.com.br/2010/10/rosa-azul.html

Precisei morrer para entender o que é a vida
Todas as formas de luz que vivi, apenas refletiram a minha escuridão
Um poeta morto é como viver num eterno crepúsculo da alma.
A vida passa e os sentidos perdem os tons da beleza dos seres, das artes, das paixões, do eu.
O homem, sempre egoísta, pede a outros o amor que nunca saiu do seu olhar
Roga a alma, o brilho que deveria irradiar das suas próprias palavras.
O poeta, morto como é, rouba de sua amiga o suor que deveria ser seu, o sabor que há muito sua própria boca não produz
Pede sentido de tudo, para que continue a ser poeta.
Triste é ser morto sem nunca ter buscado
É não ter paixão em si
É nunca ter bebido do cálice da vida e, mesmo assim, não saber disso.
Quero que entendas, hoje, apenas nesse instante, ao deitar sob o bojo do meu eu, vejo que a Morte, muito honrada, não me puniu.
Ao não mais poder abrir os olhos a cada novo amanhecer, fui libertado, purificado.
Talvez no teu regaço, nunca mais poderei deixar minha alma poeta se martirizar
Foi preciso morrer para entender que a eterna liberdade que busco, sem o devido óbito do meu ego, não seria alcançada.
Todas as expressões outrora construídas, no presente, não me dizem nada
Por não ter mais vida no meu peito, entendo que há muito minha alma jazia sem sol
Sempre a procura, hoje sabe que ninguém jamais encontrou. 
Por isso, seu nome, nunca pude pronunciar
Ser tolo não é perder o que tem.
A tolice do homem é não abrir os olhos da alma e assim, ver o que realmente precisa buscar
Fui meu próprio ceifador 
Da carne, do sangue, da prece, dos justos e injustos suguei a essência
Mortal, foi saber que do poeta nunca pude tirar o ar da vida e na vida, mera anfitriã, nunca soube me fazer eterno.


sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Desiderata

Foto: http://vidasustentavel.wordpress.com/

"Siga tranquilamente entre a inquietude e a pressa, 
lembrando-se de que há sempre paz no silêncio. 
Tanto quanto possível sem humilhar-se, mantenha-se em harmonia com todos que o cercam.
Fale a sua verdade, clara e mansamente.
Escute a verdade dos outros, pois eles também têm a sua própria história.
Evite as pessoas agitadas e agressivas: elas afligem o nosso espírito. 
Não se compare aos demais, olhando as pessoas como superiores ou inferiores a você: 
isso o tornaria superficial e amargo.
Viva intensamente os seus ideais e o que você já conseguiu realizar.
Mantenha o interesse no seu trabalho, 
por mais humilde que seja ele, é um verdadeiro tesouro na continua mudança dos tempos.
Seja prudente em tudo o que fizer, porque o mundo está cheio de armadilhas. 
Mas não fique cego para o bem que sempre existe.
Em toda parte, a vida está cheia de heroísmo.
Seja você mesmo.
Sobretudo, não simule afeição e não transforme o amor numa brincadeira, pois, no meio de tanta aridez, ele é perene como a relva.
Aceite, com carinho, o conselho dos mais velhos 
e seja compreensivo com os impulsos inovadores da juventude.
Cultive a força do espírito e você estará preparado 
para enfrentar as surpresas da sorte adversa. 
Não se desespere com perigos imaginários: 
muitos temores têm sua origem no cansaço e na solidão.
Ao lado de uma sadia disciplina conserve, 
para consigo mesmo, uma imensa bondade.
Você é filho do universo, irmão das estrelas e árvores, 
você merece estar aqui e, mesmo se você não pode perceber, 
a terra e o universo vão cumprindo o seu destino.
Procure, pois, estar em paz com Deus, 
seja qual for o nome que você lhe der. 
No meio do seu trabalho e nas aspirações, na fatigante jornada pela vida, conserve, no mais profundo do seu ser, a harmonia e a paz.
Acima de toda mesquinhez, falsidade e desengano, o mundo ainda é bonito.
Caminhe com cuidado, faça tudo para ser feliz 
e partilhe com os outros a sua felicidade". 

Texto escrito por Max Ehrmann, escritor americano, morto em 1945. Essa prosa poética foi encontrada na igreja de Saint Paul, na cidade de Baltimore, em 1962 e já foi traduzida para mais de 60 idiomas.



segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Um poema para libertar – Ato 1

Foto: http://ozhernandez.blogspot.com.br/
Novamente caiu em prantos por ti, bela moça que enrubesce meu ser a cada novo olhar de desespero.
Teu sexo, tua carne, teu sabor, hoje estão um pouco mais sem vida, sem tom, sem desejo.
De que vale um poeta amante para um alguém que não possui a alma dos apaixonados, dos ousados, dos desesperados
Teu desejo que me inebriava hoje não mais desafoga meu ser, ainda perdido nas águas cálidas e turvas da desesperança
Hoje não revela, por trás das nuvens densas do destino, o sol de primavera que, outrora, erradia beleza perante o livre girassol do recomeço
Agora o medo não será algo do meu futuro
As flores negras do passado, não habitaram mais o meu destino, o caminho do poeta.
O temporal de viver sem ti, não destruirá o forte que protege o meu coração trovador
Teus funestos e sedutores lábios, abrigo cruel e apaixonante, não carregarão, a cada novo desabrochar, a espada que dilacera minha carne mortal
Para mim começa um novo dia, inicia-se o ato um, o ato de viver, de querer e de sentir os ventos que há muito deixaram de ser notados
Porque meu vão desejo os aprisionava longe do meu eu
Assim, simplesmente assim, volto a viver e a ter de volta aquilo que meus sentidos despejaram muitas e muitas vezes dentro de ti
Flor morena sem ti, pobre que sou, volto a ter um pouco mais de mim.


sábado, 24 de novembro de 2012

Tropicaliando

foto: http://www.ofluminense.com.br

Fui estético, musical, fui político, fui mortal, então cálice.
Não estou no que mostro, nem no que não mostro, me interpretem a sua forma, a sua maneira, mas nunca cálice diante de mim.
Nasci para incomodar, pra manifestar, pra distorcer.
Não estou acima nem abaixo, estou nas entrelinhas, estou implícito e convicto.
Cálice, lá junto com o sangue derramado, com vozes silenciadas, com obras gritantes que assim, você verá meu eu.
O sorvete é vermelho, a rosa é vermelha, mas meu sangue vermelho brilhará diante da notícia, diante do sol, sendo que nesse domingo aqui nesse parque, diante dessa bomba de olhos azuis, um cálice nunca mais receberei.
Estou e sou implícito, então olhe diante de mim João que veraz que não estou pra brincadeira e, através das brincadeiras que faço, do cálice da arte volto a beber.
E então quem sou? Sou simplesmente Brasil.

foto: http://quecorralavoz.com

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Em defesa do XINGU!!!



Fonte: http://www.ncpam.com.br/2011/02/contestacao-de-belo-monte.html
A polêmica em torno da construção da usina de Belo Monte na Bacia do Rio Xingu, em sua parte paraense, já dura mais de 20 anos. Entre muitas idas e vindas, a hidrelétrica de Belo Monte, hoje considerada a maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, vem sendo alvo de intensos debates na região, desde 2009, quando foi apresentado o novo Estudo de Impacto Ambiental (EIA) intensificando-se a partir de fevereiro de 2010, quando o MMA concedeu a licença ambiental prévia para sua construção.
Quem Não sabe o que se trata, vale a pena pesquisar.

sábado, 10 de novembro de 2012


Resolvi sair por aí com o meu celular e fotografar algumas coisinhas. Esse foi o resultado. Dia no parque 10/11/12.

















domingo, 4 de novembro de 2012

Um pequeno poema para libertar

Foto: http://ostrafazendoperola.blogspot.com.br



A prisão da liberdade

Amo por querer ser amado e não pelo vão desejo de estar junto
Livre no mundo? Talvez nunca seja, mas porque uma vida prisioneira é sinônimo de amor.
O que o poeta quer? Quer a liberdade da vida a dois.
Quer a prisão da liberdade a dois sem abrir mão de ter a vós, linda donzela de pele morena e olhos negros que revelam os caminhos da minha perdição.
O que o poeta busca?
Apenas o vento que fará as asas do meu coração novamente baterem para assim, sobrevoar as terras áridas e as esperanças infecundas que insistem em turvar sua alma.
O que o poeta tem?
Tem o amor, sentimento mórbido e fugaz que dilacera cada parte do seu espírito a cada novo ciclo da orbi do seu desejo.
O que o poeta precisa?
Precisa de ti, bela e inebriante donzela, que a ele e a ela encanta, mas para o poeta oferece apenas a dor da dependência, do desejo e da eternidade não mais alcançada.
Precisa beber novamente do teu sexo, do teu calor, do teu espírito devasso e quente.
 Quente como a luz do sol que ilumina seu rosto a cada novo dia que surge, simplesmente para louvar a tua rara beleza morena.
Precisa de ti e apenas de ti, do teu suor, da tua boca, do teu sexo, da tua vida e do teu ar.
Para que novamente as asas aprisionadas no coração do poeta que esperam lúgubres para semear a vida possam, nesse dia, fazer brotar esperanças no solo fértil do amor. 

Recomeço

Após a virada do mês e com a proximidade do final do ano, o Miscelânea encerra sua homenagem ao mestre Darcy Ribeiro e retoma sua habitual salada de ideias . Com isso, peço ao nossos amigos para acompanhem as novas misturas que nosso time colocará nessa instigante bagunça organizada.
Obrigados a todos que já nos prestigiaram e para  aqueles que nos virem agora, obrigado pela oportunidade e gentileza de parar e nos ler.

obrigado e que venham novas ideias.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Biografia

 
 


Darcy Ribeiro nasceu em Montes Claros, Minas Gerais, em 26 de outubro de 1922, e morreu em 1997. Ao longo de sua vida, foi antropólogo, educador e romancista.
Iniciou seus estudos com medicina, curso ao qual não se adaptou. Mudou, então, para Ciências Sociais pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo, com especialização em Antropologia, onde se formou em 1946.  Darcy dedicou os primeiros anos de sua vida profissional ao estudo dos índios do Brasil Central, Amazônia e Pantanal. Ele, no mesmo período, fundou o Museu do Índio (o qual dirigiu até 1947), e foi colaborador na criação do Parque Indígena do Xingu. Além disso, escreveu uma obra etnográfica e de defesa da causa indígena.

Foi diretor de Estudos Sociais do Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais do MEC, de 1957 a 1961. Criou a Universidade de Brasília.
Viveu em vários países latino-americanos e neles conduziu programas de reforma universitária. Lecionou Antropologia na Universidade Oriental do Uruguai, foi assessor do presidente Salvador Allende, no Chile, e de Velasco Alvarado, no Peru. Durante esse período de tempo, escreveu os cinco volumes de Antropologia da Civilização. Nestes livros, é proposta uma teoria explicativa da desigualdade entre os povos americanos.

Dercy se dedicou muito à escrita durante sua vida. Escreveu Maíra e O mulo; publicou um balanço da história brasileira de 1900 a 1980, chamado Aos trancos e barrancos, além de Ensaios Insólitos e Testemunho. Editou A uma etnológica brasileira. Publicou, em espanhol e em português, A fundação do Brasil; uma compilação de seus discursos e ensaios chamada O Brasil como problema e Noções das Coisas, um livro ilustrado para adolescentes.
Retornou ao Brasil em 1976 e, então, dedicou-se à política e à educação. Elegeu-se vice-senador do Rio de Janeiro, foi secretário da Cultura e coordenador do Programa de Educação, criou a Biblioteca Pública Estadual, a Casa França-Brasil, a Casa Laura Alvin, o Centro Infantil de Cultura de Ipanema e o Sambódromo, que funcionava como escola primária. Foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras.

Em 1996, entregou à editora Companhia das Letras seus Diários Índios, os quais continham anotações feitas durante seu estudo dos índios Urubu-Kaapor, da Amazônia.
Contribuiu para o tombamento de 98 quilômetros de praias e encostas, além de casas do Rio de Janeiro. Foi colaborador na criação do Memorial da América Latina. Gravou um disco na série mexicana Vozes da América e adquiriu títulos de Doutor Honoris Causa da Sorbonne e das Universidades de Montevidéu, Copenhague e da Venezuela Central.



O culto



O culto ocorre em Templos, Centros e Tendas, lugares onde os umbandistas se encontram para cultuar os orixás e seus guias. Esses atos são chamados de giras, sessões ou cultos. A ligação entre os encarnados e os desencarnados é feita por médiuns. As sessões são divididas em desenvolvimento e consulta.
O pai de santo, médium mais experiente, é o chefe do culto.  É ele que coordena as giras e incorpora o guia-chefe.

Há também outros médiuns que "emprestam" seus corpos para os guias. Além deles, há os Ogãs que tocam um instrumento de percussão chamado atabaque e com ele transmitem vibração da espiritualidade superior. Tal ato cria um campo energético que atrai os espíritos, e são geralmente responsáveis pela harmonia da gira.
Por fim, os corimbas, que cantam, e as cambonas, encarregadas de atender as entidades e fornecer todo o material necessário para a realização dos trabalhos.

As entidades incorporadas são: Pretos-Velhos, Caboclos, Crianças, Boiadeiros, Marinheiros, Baianos, Orientais e Mineiros. Outras entidades, como Malandros e Ciganos; e as de Quimbanda: Exus e Pomba-Giras (muitos centros não utilizam essas entidades em atendimentos).
Na consulta, as pessoas procuram conversam com as entidades visando obter conselhos, cura e descarrego.  Lá, a pessoa pode tomar um passe, que ocorre quando a entidade reorganiza o campo energético astral da pessoa e retira os fluidos negativos que nela possam estar.

O descarrego é feito com a ajuda de um médium. Ele capta a energia negativa da pessoa e a transfere para espaços do terreiro que dissipam estas energias. Nos dias de desenvolvimento há as giras mediúnicas. Nelas, os sacerdotes ensinam os mecanismos próprios da mediunidade.

QUANDO A CORRUPÇÃO PASSOU A SER ACEITÁVEL?

Será que em algum momento entre 2015 e 2020 houve uma redefinição de conceitos morais e, com isso, algumas corrupções passaram a ser aceit...