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Foto: http://ozhernandez.blogspot.com.br/ |
Novamente caiu em prantos por ti, bela moça que enrubesce
meu ser a cada novo olhar de desespero.
Teu sexo, tua carne, teu sabor, hoje estão um pouco mais sem
vida, sem tom, sem desejo.
De que vale um poeta amante para um alguém que não possui a
alma dos apaixonados, dos ousados, dos desesperados
Teu desejo que me inebriava hoje não mais desafoga meu ser, ainda
perdido nas águas cálidas e turvas da desesperança
Hoje não revela, por trás das nuvens densas do destino, o
sol de primavera que, outrora, erradia beleza perante o livre girassol do
recomeço
Agora o medo não será algo do meu futuro
As flores negras do passado, não habitaram mais o meu
destino, o caminho do poeta.
O temporal de viver sem ti, não destruirá o forte que
protege o meu coração trovador
Teus funestos e sedutores lábios, abrigo cruel e
apaixonante, não carregarão, a cada novo desabrochar, a espada que dilacera
minha carne mortal
Para mim começa um novo dia, inicia-se o ato um, o ato de
viver, de querer e de sentir os ventos que há muito deixaram de ser notados
Porque meu vão desejo os aprisionava longe do meu eu
Assim, simplesmente assim, volto a viver e a ter de volta
aquilo que meus sentidos despejaram muitas e muitas vezes dentro de ti
Flor morena sem ti, pobre que sou, volto a ter um pouco mais
de mim.