Darcy Ribeiro nasceu em Montes
Claros, Minas Gerais, em 26 de outubro de 1922, e morreu em 1997. Ao longo de
sua vida, foi antropólogo, educador e romancista.
Iniciou seus estudos com medicina,
curso ao qual não se adaptou. Mudou, então, para Ciências Sociais pela Escola
de Sociologia e Política de São Paulo, com especialização em Antropologia, onde
se formou em 1946. Darcy dedicou os
primeiros anos de sua vida profissional ao estudo dos índios do Brasil Central,
Amazônia e Pantanal. Ele, no mesmo período, fundou o Museu do Índio (o qual
dirigiu até 1947), e foi colaborador na criação do Parque Indígena do Xingu.
Além disso, escreveu uma obra etnográfica e de defesa da causa indígena.
Foi diretor de Estudos Sociais do
Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais do MEC, de 1957 a 1961. Criou a
Universidade de Brasília.
Viveu em vários países latino-americanos
e neles conduziu programas de reforma universitária. Lecionou Antropologia na
Universidade Oriental do Uruguai, foi assessor do presidente Salvador Allende,
no Chile, e de Velasco Alvarado, no Peru. Durante esse período de tempo,
escreveu os cinco volumes de Antropologia da Civilização. Nestes livros, é proposta
uma teoria explicativa da desigualdade entre os povos americanos.
Dercy se dedicou muito à escrita durante
sua vida. Escreveu Maíra e O mulo; publicou um balanço da história brasileira
de 1900 a 1980, chamado Aos trancos e barrancos, além de Ensaios Insólitos e
Testemunho. Editou A uma etnológica brasileira. Publicou, em espanhol e em português,
A fundação do Brasil; uma compilação de seus discursos e ensaios chamada O
Brasil como problema e Noções das Coisas, um livro ilustrado para adolescentes.
Retornou ao Brasil em 1976 e,
então, dedicou-se à política e à educação. Elegeu-se vice-senador do Rio de
Janeiro, foi secretário da Cultura e coordenador do Programa de Educação, criou
a Biblioteca Pública Estadual, a Casa França-Brasil, a Casa Laura Alvin, o
Centro Infantil de Cultura de Ipanema e o Sambódromo, que funcionava como
escola primária. Foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras.
Em 1996, entregou à editora
Companhia das Letras seus Diários Índios, os quais continham anotações feitas
durante seu estudo dos índios Urubu-Kaapor, da Amazônia.
Contribuiu para o tombamento de
98 quilômetros de praias e encostas, além de casas do Rio de Janeiro. Foi
colaborador na criação do Memorial da América Latina. Gravou um disco na série
mexicana Vozes da América e adquiriu títulos de Doutor Honoris Causa da
Sorbonne e das Universidades de Montevidéu, Copenhague e da Venezuela Central.