domingo, 23 de dezembro de 2012

domingo, 2 de dezembro de 2012

Encontro com um fim

Foto: http://ribeirosamar.blogspot.com.br/2010/10/rosa-azul.html

Precisei morrer para entender o que é a vida
Todas as formas de luz que vivi, apenas refletiram a minha escuridão
Um poeta morto é como viver num eterno crepúsculo da alma.
A vida passa e os sentidos perdem os tons da beleza dos seres, das artes, das paixões, do eu.
O homem, sempre egoísta, pede a outros o amor que nunca saiu do seu olhar
Roga a alma, o brilho que deveria irradiar das suas próprias palavras.
O poeta, morto como é, rouba de sua amiga o suor que deveria ser seu, o sabor que há muito sua própria boca não produz
Pede sentido de tudo, para que continue a ser poeta.
Triste é ser morto sem nunca ter buscado
É não ter paixão em si
É nunca ter bebido do cálice da vida e, mesmo assim, não saber disso.
Quero que entendas, hoje, apenas nesse instante, ao deitar sob o bojo do meu eu, vejo que a Morte, muito honrada, não me puniu.
Ao não mais poder abrir os olhos a cada novo amanhecer, fui libertado, purificado.
Talvez no teu regaço, nunca mais poderei deixar minha alma poeta se martirizar
Foi preciso morrer para entender que a eterna liberdade que busco, sem o devido óbito do meu ego, não seria alcançada.
Todas as expressões outrora construídas, no presente, não me dizem nada
Por não ter mais vida no meu peito, entendo que há muito minha alma jazia sem sol
Sempre a procura, hoje sabe que ninguém jamais encontrou. 
Por isso, seu nome, nunca pude pronunciar
Ser tolo não é perder o que tem.
A tolice do homem é não abrir os olhos da alma e assim, ver o que realmente precisa buscar
Fui meu próprio ceifador 
Da carne, do sangue, da prece, dos justos e injustos suguei a essência
Mortal, foi saber que do poeta nunca pude tirar o ar da vida e na vida, mera anfitriã, nunca soube me fazer eterno.


sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Desiderata

Foto: http://vidasustentavel.wordpress.com/

"Siga tranquilamente entre a inquietude e a pressa, 
lembrando-se de que há sempre paz no silêncio. 
Tanto quanto possível sem humilhar-se, mantenha-se em harmonia com todos que o cercam.
Fale a sua verdade, clara e mansamente.
Escute a verdade dos outros, pois eles também têm a sua própria história.
Evite as pessoas agitadas e agressivas: elas afligem o nosso espírito. 
Não se compare aos demais, olhando as pessoas como superiores ou inferiores a você: 
isso o tornaria superficial e amargo.
Viva intensamente os seus ideais e o que você já conseguiu realizar.
Mantenha o interesse no seu trabalho, 
por mais humilde que seja ele, é um verdadeiro tesouro na continua mudança dos tempos.
Seja prudente em tudo o que fizer, porque o mundo está cheio de armadilhas. 
Mas não fique cego para o bem que sempre existe.
Em toda parte, a vida está cheia de heroísmo.
Seja você mesmo.
Sobretudo, não simule afeição e não transforme o amor numa brincadeira, pois, no meio de tanta aridez, ele é perene como a relva.
Aceite, com carinho, o conselho dos mais velhos 
e seja compreensivo com os impulsos inovadores da juventude.
Cultive a força do espírito e você estará preparado 
para enfrentar as surpresas da sorte adversa. 
Não se desespere com perigos imaginários: 
muitos temores têm sua origem no cansaço e na solidão.
Ao lado de uma sadia disciplina conserve, 
para consigo mesmo, uma imensa bondade.
Você é filho do universo, irmão das estrelas e árvores, 
você merece estar aqui e, mesmo se você não pode perceber, 
a terra e o universo vão cumprindo o seu destino.
Procure, pois, estar em paz com Deus, 
seja qual for o nome que você lhe der. 
No meio do seu trabalho e nas aspirações, na fatigante jornada pela vida, conserve, no mais profundo do seu ser, a harmonia e a paz.
Acima de toda mesquinhez, falsidade e desengano, o mundo ainda é bonito.
Caminhe com cuidado, faça tudo para ser feliz 
e partilhe com os outros a sua felicidade". 

Texto escrito por Max Ehrmann, escritor americano, morto em 1945. Essa prosa poética foi encontrada na igreja de Saint Paul, na cidade de Baltimore, em 1962 e já foi traduzida para mais de 60 idiomas.



segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Um poema para libertar – Ato 1

Foto: http://ozhernandez.blogspot.com.br/
Novamente caiu em prantos por ti, bela moça que enrubesce meu ser a cada novo olhar de desespero.
Teu sexo, tua carne, teu sabor, hoje estão um pouco mais sem vida, sem tom, sem desejo.
De que vale um poeta amante para um alguém que não possui a alma dos apaixonados, dos ousados, dos desesperados
Teu desejo que me inebriava hoje não mais desafoga meu ser, ainda perdido nas águas cálidas e turvas da desesperança
Hoje não revela, por trás das nuvens densas do destino, o sol de primavera que, outrora, erradia beleza perante o livre girassol do recomeço
Agora o medo não será algo do meu futuro
As flores negras do passado, não habitaram mais o meu destino, o caminho do poeta.
O temporal de viver sem ti, não destruirá o forte que protege o meu coração trovador
Teus funestos e sedutores lábios, abrigo cruel e apaixonante, não carregarão, a cada novo desabrochar, a espada que dilacera minha carne mortal
Para mim começa um novo dia, inicia-se o ato um, o ato de viver, de querer e de sentir os ventos que há muito deixaram de ser notados
Porque meu vão desejo os aprisionava longe do meu eu
Assim, simplesmente assim, volto a viver e a ter de volta aquilo que meus sentidos despejaram muitas e muitas vezes dentro de ti
Flor morena sem ti, pobre que sou, volto a ter um pouco mais de mim.


sábado, 24 de novembro de 2012

Tropicaliando

foto: http://www.ofluminense.com.br

Fui estético, musical, fui político, fui mortal, então cálice.
Não estou no que mostro, nem no que não mostro, me interpretem a sua forma, a sua maneira, mas nunca cálice diante de mim.
Nasci para incomodar, pra manifestar, pra distorcer.
Não estou acima nem abaixo, estou nas entrelinhas, estou implícito e convicto.
Cálice, lá junto com o sangue derramado, com vozes silenciadas, com obras gritantes que assim, você verá meu eu.
O sorvete é vermelho, a rosa é vermelha, mas meu sangue vermelho brilhará diante da notícia, diante do sol, sendo que nesse domingo aqui nesse parque, diante dessa bomba de olhos azuis, um cálice nunca mais receberei.
Estou e sou implícito, então olhe diante de mim João que veraz que não estou pra brincadeira e, através das brincadeiras que faço, do cálice da arte volto a beber.
E então quem sou? Sou simplesmente Brasil.

foto: http://quecorralavoz.com

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Em defesa do XINGU!!!



Fonte: http://www.ncpam.com.br/2011/02/contestacao-de-belo-monte.html
A polêmica em torno da construção da usina de Belo Monte na Bacia do Rio Xingu, em sua parte paraense, já dura mais de 20 anos. Entre muitas idas e vindas, a hidrelétrica de Belo Monte, hoje considerada a maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, vem sendo alvo de intensos debates na região, desde 2009, quando foi apresentado o novo Estudo de Impacto Ambiental (EIA) intensificando-se a partir de fevereiro de 2010, quando o MMA concedeu a licença ambiental prévia para sua construção.
Quem Não sabe o que se trata, vale a pena pesquisar.

sábado, 10 de novembro de 2012


Resolvi sair por aí com o meu celular e fotografar algumas coisinhas. Esse foi o resultado. Dia no parque 10/11/12.

















domingo, 4 de novembro de 2012

Um pequeno poema para libertar

Foto: http://ostrafazendoperola.blogspot.com.br



A prisão da liberdade

Amo por querer ser amado e não pelo vão desejo de estar junto
Livre no mundo? Talvez nunca seja, mas porque uma vida prisioneira é sinônimo de amor.
O que o poeta quer? Quer a liberdade da vida a dois.
Quer a prisão da liberdade a dois sem abrir mão de ter a vós, linda donzela de pele morena e olhos negros que revelam os caminhos da minha perdição.
O que o poeta busca?
Apenas o vento que fará as asas do meu coração novamente baterem para assim, sobrevoar as terras áridas e as esperanças infecundas que insistem em turvar sua alma.
O que o poeta tem?
Tem o amor, sentimento mórbido e fugaz que dilacera cada parte do seu espírito a cada novo ciclo da orbi do seu desejo.
O que o poeta precisa?
Precisa de ti, bela e inebriante donzela, que a ele e a ela encanta, mas para o poeta oferece apenas a dor da dependência, do desejo e da eternidade não mais alcançada.
Precisa beber novamente do teu sexo, do teu calor, do teu espírito devasso e quente.
 Quente como a luz do sol que ilumina seu rosto a cada novo dia que surge, simplesmente para louvar a tua rara beleza morena.
Precisa de ti e apenas de ti, do teu suor, da tua boca, do teu sexo, da tua vida e do teu ar.
Para que novamente as asas aprisionadas no coração do poeta que esperam lúgubres para semear a vida possam, nesse dia, fazer brotar esperanças no solo fértil do amor. 

Recomeço

Após a virada do mês e com a proximidade do final do ano, o Miscelânea encerra sua homenagem ao mestre Darcy Ribeiro e retoma sua habitual salada de ideias . Com isso, peço ao nossos amigos para acompanhem as novas misturas que nosso time colocará nessa instigante bagunça organizada.
Obrigados a todos que já nos prestigiaram e para  aqueles que nos virem agora, obrigado pela oportunidade e gentileza de parar e nos ler.

obrigado e que venham novas ideias.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Biografia

 
 


Darcy Ribeiro nasceu em Montes Claros, Minas Gerais, em 26 de outubro de 1922, e morreu em 1997. Ao longo de sua vida, foi antropólogo, educador e romancista.
Iniciou seus estudos com medicina, curso ao qual não se adaptou. Mudou, então, para Ciências Sociais pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo, com especialização em Antropologia, onde se formou em 1946.  Darcy dedicou os primeiros anos de sua vida profissional ao estudo dos índios do Brasil Central, Amazônia e Pantanal. Ele, no mesmo período, fundou o Museu do Índio (o qual dirigiu até 1947), e foi colaborador na criação do Parque Indígena do Xingu. Além disso, escreveu uma obra etnográfica e de defesa da causa indígena.

Foi diretor de Estudos Sociais do Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais do MEC, de 1957 a 1961. Criou a Universidade de Brasília.
Viveu em vários países latino-americanos e neles conduziu programas de reforma universitária. Lecionou Antropologia na Universidade Oriental do Uruguai, foi assessor do presidente Salvador Allende, no Chile, e de Velasco Alvarado, no Peru. Durante esse período de tempo, escreveu os cinco volumes de Antropologia da Civilização. Nestes livros, é proposta uma teoria explicativa da desigualdade entre os povos americanos.

Dercy se dedicou muito à escrita durante sua vida. Escreveu Maíra e O mulo; publicou um balanço da história brasileira de 1900 a 1980, chamado Aos trancos e barrancos, além de Ensaios Insólitos e Testemunho. Editou A uma etnológica brasileira. Publicou, em espanhol e em português, A fundação do Brasil; uma compilação de seus discursos e ensaios chamada O Brasil como problema e Noções das Coisas, um livro ilustrado para adolescentes.
Retornou ao Brasil em 1976 e, então, dedicou-se à política e à educação. Elegeu-se vice-senador do Rio de Janeiro, foi secretário da Cultura e coordenador do Programa de Educação, criou a Biblioteca Pública Estadual, a Casa França-Brasil, a Casa Laura Alvin, o Centro Infantil de Cultura de Ipanema e o Sambódromo, que funcionava como escola primária. Foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras.

Em 1996, entregou à editora Companhia das Letras seus Diários Índios, os quais continham anotações feitas durante seu estudo dos índios Urubu-Kaapor, da Amazônia.
Contribuiu para o tombamento de 98 quilômetros de praias e encostas, além de casas do Rio de Janeiro. Foi colaborador na criação do Memorial da América Latina. Gravou um disco na série mexicana Vozes da América e adquiriu títulos de Doutor Honoris Causa da Sorbonne e das Universidades de Montevidéu, Copenhague e da Venezuela Central.



O culto



O culto ocorre em Templos, Centros e Tendas, lugares onde os umbandistas se encontram para cultuar os orixás e seus guias. Esses atos são chamados de giras, sessões ou cultos. A ligação entre os encarnados e os desencarnados é feita por médiuns. As sessões são divididas em desenvolvimento e consulta.
O pai de santo, médium mais experiente, é o chefe do culto.  É ele que coordena as giras e incorpora o guia-chefe.

Há também outros médiuns que "emprestam" seus corpos para os guias. Além deles, há os Ogãs que tocam um instrumento de percussão chamado atabaque e com ele transmitem vibração da espiritualidade superior. Tal ato cria um campo energético que atrai os espíritos, e são geralmente responsáveis pela harmonia da gira.
Por fim, os corimbas, que cantam, e as cambonas, encarregadas de atender as entidades e fornecer todo o material necessário para a realização dos trabalhos.

As entidades incorporadas são: Pretos-Velhos, Caboclos, Crianças, Boiadeiros, Marinheiros, Baianos, Orientais e Mineiros. Outras entidades, como Malandros e Ciganos; e as de Quimbanda: Exus e Pomba-Giras (muitos centros não utilizam essas entidades em atendimentos).
Na consulta, as pessoas procuram conversam com as entidades visando obter conselhos, cura e descarrego.  Lá, a pessoa pode tomar um passe, que ocorre quando a entidade reorganiza o campo energético astral da pessoa e retira os fluidos negativos que nela possam estar.

O descarrego é feito com a ajuda de um médium. Ele capta a energia negativa da pessoa e a transfere para espaços do terreiro que dissipam estas energias. Nos dias de desenvolvimento há as giras mediúnicas. Nelas, os sacerdotes ensinam os mecanismos próprios da mediunidade.

domingo, 7 de outubro de 2012

A Umbanda e sua história


A história da Umbanda


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foto de um terreiro de Umbanda tirada do site www.terreiropenaverde.com.br

No Brasil existem mais de 140 milhões de católicos, e é um dos países com mais fieis no mundo. No decorrer de sua história, desde seu descobrimento, o Brasil acolheu diversos tipos de pessoas de todas as partes do mundo, e essa mistura é presente e sentida nos dias atuais.

Mesmo sendo um país que tem a maioria da sua população católica, o Brasil possui um leque enorme de outras religiões e uma delas é a Umbanda, que é uma religião tipicamente brasileira. A palavra Umbanda possui vários significados, um deles é união da banda, ou seja, união de religiões.

Os ensinamentos da Umbanda são: fé, amor, caridade e esperança. A religião é uma junção de outras vertentes religiosas, como o Catolicismo, Candomblé e Cardecismo. A prática umbandista já existia desde a época da colonização, mas só foi proclamada como religião em 1908, quando o então Cardercista Zélio Fernandino de Moraes, recebeu o espírito do “Caboclo Sete Encruzilhadas”, em um terreiro no Rio de Janeiro e fundou o primeiro terreiro de Umbanda da história.

Geralmente um terreiro de Umbanda possui o chefe e alguns médiuns, que incorporam os espíritos, além dos tocadores de tambor, que também cantam as músicas de ordem religiosa. Dentro de um centro de Umbanda, você encontra imagens católicas, símbolos do candomblé e do cardecismo. Os médiuns utilizam roupas brancas e limpas e guias que servem de para-raios, uma vez que eles estão expostos a todos os tipos de energia. Depois de usadas, as vestimentas devem ser lavadas e guardadas, e depois de velhas, devem ser despachadas em um ritual, porque elas fazem parte do rito e não devem ser descartadas em qualquer lugar.

A Umbanda ainda é muito discriminada no Brasil, que é um país Católico, porque dentro de seus encontros pessoas incorporam espíritos. Essas entidades que se apossam do corpo desses cidadãos gostam muito de bebida, por isso que os médiuns parecem estar bêbados, mesmo sem ter ingerido uma gota de álcool.

Na umbanda existem 14 Orixás que protegem, cuidam e ajudam as pessoas. Atualmente no Brasil existem mais de 400 mil umbandistas.





Umbanda


A opressão, forma uma religião?






foto dos Orixás da Umbada tirada do site correionago.ning.com

Fotos de santos Católicos tirada do blog temaspolemicosigreja.blogspot.com
Um dos maiores crimes que a humanidade foi capaz de cometer, e olha que não foram poucos, como não lembrar então, dos genocídios, do apartheide, bomba nuclear entre outros. Uma dessas atrocidades que merece destaque é a escravidão, que foi uma das práticas mais repudiosas que o homem foi capaz de fazer.

Na época que Portugal colonizou o Brasil não existia tanta mão de obra aqui, então os Lusitanos a importaram da África, trazendo para o Brasil habitantes do continente africano para trabalhar aqui como escravos. O povo africano daquela época já tinha habilidades para o cultivo, sabia forjar ferramentas e tinham um biótipo avantajado.

Além de terem que trabalhar muito, os escravos não tinham alimentos dignos e viviam amontoados em senzalas. Eles não tinham o direito nem de cultuar os seus deuses. Os portugueses que eram e são até hoje, um país católico, não permitia e reprimia qualquer manifestação religiosa que não fosse a deles.

Então os escravos que tinham o candomblé como religião, para poder continuar rezando para os seus orixás, fingiam estar rezando para santos católicos, mas na verdade estavam orando para as suas próprias divindades. Esse fenômeno, por assim dizer, veio se tornar anos mais tarde, uma religião, a Umbanda, que nós conhecemos hoje. Então quando um escravo rezava para Nossa Senhora, estava pensando em Oxum, Santa Barbara (Iansã), São Jerônimo (Xangô), São Jorge (Ogum), Jesus Cristo (Oxalá) entre outros.

Muitos dos aprendizados que temos hoje, devemos ao povo africano, que por mais que fosse escravizado, sempre teve em seu DNA a liberdade, a criatividade, a força e a esperança, transformando uma dificuldade em coisas boas. Esses ensinamentos não se encontram só na religião, também podemos sentir essa influência na culinária, no esporte, em cultura e em muitos outros campos.

Capoeira Contemporânea




Trazidos em péssimas condições e separados de suas famílias no navio negreiro, os escravos contribuíram muito para a cultura brasileira com aquilo que trouxeram da África. Em alguns momentos, chegou e pensar-se que eles podem ter sido aculturados. Uma das coisas que os negros incluíram em nossa cultura é a prática da capoeira.

Muito mais que movimentos físicos, a capoeira possui grande tradição desde a época da escravidão, onde teve seu início. Antes da existente e praticada atualmente, havia duas vertentes, sendo elas a Capoeira Angola e a Regional.

No ano de 1970, a prática deixa de ser somente brasileira, e começa a se expandir pelo exterior, principalmente nos países da Europa. Neste mesmo ano, surgiu a capoeira contemporânea, um movimento de vanguarda, considerada uma evolução natural da luta queé bastante exercida e possui muito mais acrobacias, com características de estilo misto das anteriores.

Além dos movimentos acrobáticos, também são considerados atributos da capoeira moderna a normatização da prática, uniformização, adoção do sistema de graduação através de cordas ou cordões e a fundação de federações e associações.

Muitos movimentos da capoeira atual não são encontrados na prática das angolana e regional.

Assim como a capoeira contemporânea é uma junção das outras, assim também é o povo brasileiro, híbrido em sua cultura, fruto da mistura dos índios, negros e europeus.

Capoeira Regional


Com conhecimentos adquiridos da Capoeira Angola e Batuque (especial de luta-livre comum na Bahia do século XIX), “Mestre Bimba”, Manoel dos Reis Machado (1899-1974) pode criar o estilo “Capoeira Regional” por meados de 1928, a integrando como manifestação cultural baiana. Mestre Bimba era conhecido por ser um habilidoso lutador nos ringues e um praticante frequente da Capoeira Angola. O mestre capoeirista alterou alguns movimentos típicos da Capoeira para remover uma imagem que lembrasse a origem marginalizada do estilo, eliminando a malícia da postura corporal, inovou idealizando e aplicando em seus discípulos capoeiristas um código de ética rigoroso que atribuía até mesmo a higiene como exigência. Estabeleceu o uso de uniformes brancos e se interessava fortemente pelo bom desempenho escolar e atividades trabalhistas, no sentido de os alunos estarem empregados para, portanto poderem treinar junto ao seu mestre.

A Capoeira Regional possui algumas características específicas, dentre elas existem o exame de admissão, que basicamente se resume em três exercícios simples: a cocorinha, queda de rins e a ponte, com a intenção de verificar a flexibilidade, força e equilíbrio do principiante. Logo em seguida, o aluno aprendia a gingar juntamente com o auxílio do mestre.

A segunda característica era a sequência de ensino do Mestre Bimba - se baseava em uma metodologia jamais utilizada, sendo assim a pioneira em métodos de aprendizagem da capoeira, que se era representada por uma sequência lógica de movimentos de ataque, defesa e contra-ataque. A série original completa possui 17 golpes, cada aluno executa 154 movimentos e a dupla 308, permitindo que os iniciantes desenvolvam o condicionamento físico e habilidades motoras específicas de capoeiristas.

A cintura desprezada são golpes em sequências e balões conhecidos como movimentos de projeção da capoeira. Os golpes que integram o conjunto são chamados de Aú Balão de lado, Tesoura de costas, Balão cinturado, Apanhada e Gravata alta. Um momento de grande significado para os alunos capoeiristas é o batizado, pois os iniciantes se tornavam aptos para jogar pela primeira vez na roda.

O Esquenta Banho é uma prática que nasceu da necessidade de os alunos se manterem aquecidos. Após o treino, cada aluno podia tomar um banho, contudo o banheiro da academia era pequeno e isto gerava filas numerosas. Para aproveitarem e manterem o corpo aquecido, os discípulos realizavam pequenos desafios entre si, chamados de Arranca Rabo ou Bumba Meu Boi. Ali testavam suas capacidades, geralmente os formados mais velhos.

A formatura era o momento que se mostrava muito especial para o mestre e seus alunos, um ritual com direito a Paraninfo, Madrinha, Orador e Medalhas, se encerrando com uma grande festa realizada no Sitio Caruano no nordeste de Amaralina.

A Luna é uma marca forte da Capoeira Regional de Mestre Bimba, um toque de Berimbau criado por ele que era apenas tocado em eventos especiais e no final das aulas. Toque que só os alunos formados tinham acesso à roda para executarem um “Jogo de Floreio” criativo, bonito, curtido, malicioso e com movimentos de projeção.

Por fim havia um curso de especialização tido como secreto que permitia apenas alunos formados pelo Mestre Bimba, com o objetivo de aprimorar a capoeira. As músicas geralmente eram toques de berimbau, São Bento Grande, Santa Maria, Banguela, Amazonas, Cavalaria, Idalina, Luna , Quadras – que são pequenas ladainhas com versos de 4 a 6 linhas e o Corrido, cantigas com frases curtas que é repetida pelo coro. A Capoeira Regional possui como marca e identidade golpes bem definidos, pernas esticadas, movimentos amplos, jogo alto e objetivo.

Justificativa para a homenagem


Darcy Ribeiro por suas por suas pesquisas e trabalhos voltados para história do nosso povo pode ser considerado um dos maiores antropólogos do Brasil. Nenhum outro buscou mostrar de uma forma tão clara e didática as peculiaridades da origem dessa gente tão rica, alegre e diversa que honrosamente recebe o nome de povo brasileiro.
Dentre todas as vertentes antropológicas estudadas por Darcy, ele dedicou especial atenção  a nossas matrizes negras, pois, segundo o que Darcy nos conta ao longo de sua obra, as origem africanas eram o tempero que faltava para compor, juntamente com as matrizes  europeias e indígenas,  a tríade que torna o nosso Brasil, segundo ele, o pais mais rico do mundo em termos culturais.
Além da miscigenação, os africanos trouxeram para o Brasil traços culturais que se incorporaram ao DNA do nosso povo. O ritmo, os temperos, as danças, a língua e a religião são algumas das contribuições que a África e o sofrimento dos seus filhos, nossos antepassados, deram a nós. Por fim, com o intuito de homenagear esse grande pensador e baseados na sua obra mais conhecida intitulada “O povo brasileiro” o blog miscelânea colocou em seu acervo uma série de textos, fotos e vídeos referentes a cultura negra africana e brasileira que ajudaram a fomentar a nossa identidade.
Para isso, devido à amplitude e complexidade desse tema, decidimos usar como viés as tradições da Umbanda e da Capoeira. Manifestações culturais de origens africanas, mas que hoje se tornaram um traço quase que exclusivamente do nosso país, pois até em seu continente de origem vêm sendo deixado de lado ou simplesmente sendo engolido pela cultura europeia, um crime que felizmente ainda não nos atingiu completamente.
Em memória de Darcy Ribeiro usaremos e mostraremos ao longo dessa série que o blog miscelânea coloca na rede as peculiaridades, tradições, mistérios e belezas que retrata um pouco do passado histórico do brasil.



Documentário baseado na obra de Darcy

A seguir um trecho do documentário intitulado "O povo braseiro" baseado na obra do nosso homenageado. Nele encontraremos depoimentos e leituras de trechos feitos por Chico Buarque de Holanda, Carlos Serrano, Mãe Estela, François Neyt, além do depoimento do próprio Darcy Ribeiro que fala sobre a importância da matriz africana na formação da tríade que deu origem ao nosso povo.




Capoeira uma expressão cultural



A capoeira é uma expressão cultural Afro-brasileira que mistura luta, dança, cultura popular e música. segue abaixo uma série de imagens dessa manifestação que chegou ao Brasil junto com nossas matrizes africanas e que hoje faz parte do nosso patrimônio histórico cultural.










sábado, 6 de outubro de 2012

A Umbanda na TV


A Umbada e seus rituais


Mitos e verdades sobre a Umbanda


Os Orixás na Umbanda

Abaixo, temos uma tabela para cada Orixá, com diversas informações sobre o culto destas divindades na Umbanda, suas cores, velas, domínios, oferendas, datas votivas, entre outras. 
Clique sobre as opções abaixo relacionadas e aprenda um pouco mais sobre os orixás da Umbanda:




Mestre Bimba, um dos maiores capoeiristas desse país!


Capoeira Angola e a sua participação, na construção de uma cultura.

Oh! Zum, zum, zum capoeira mata um... Uma música que é uma luta, ou será uma luta que é uma música? A capoeira é a única arte marcial, que você luta, ao som de cantos primitivos e berimbau, os seus golpes foram inspirados em animais como: bode que troca cabeçadas, os coices de cavalos e de uma luta africana chamada nangol.

 A capoeira surgiu por uma necessidade, uma vez que os escravos precisavam de um mecanismo para poder se defender do abuso de seus opressores. Por parecer com uma dança à capoeira não era proibida pelos capatazes dos engenhos, os mesmos acreditavam se tratar de um ritual.

A primeira por assim dizer modalidade da capoeira que surgiu, foi a Angola, que é mais lenta, sua ginga é mais cadenciada, porém com golpes velozes, os movimentos são simultâneos aos dos toques do berimbau, ela é quase toda praticada no solo, não tem acrobacias, como a capoeira contemporânea, e não é tão rápida como a capoeira regional. As suas músicas são orgânicas e estão sempre acompanhadas de seis instrumentos que formam a assim chamada bateria de Angola, que são: três berimbaus o berra boi, o gunga e o berimbau viola. Além destes instrumentos, são utilizados um agogô, um reco-reco e um atabaque.

O gunga ou berra-boi, que é um berimbau de cabaça grande e pau fino, emite o som mais grave dos três berimbaus e normalmente é o berimbau responsável por ditar o ritmo dos demais instrumentos e por consequência do jogo propriamente dito. O berimbau médio tem cabaça com tamanho intermediário entre os outros dois berimbaus e o pau de espessura mediana. Seu som está entre os dois extremos da escala de tons musicais. O berimbau viola, que tem a cabaça pequena e o pau mais espesso entre os três, é o berimbau que emite sons agudos. Ele é responsável pelas improvisações dentro do ritmo da bateria.

Gunga, Medio y Viola Os três berimbaus da Capoeira Angola, da esquerda para a direita: O Berra boy, Gunga e o Viola.( foto tirada do site Esquiva Capoeira de Oxossi do Uruguay).

 
A cultura africana está presente na cultura brasileira e sua marca é sentida e captada em tudo que foi produzido aqui, um exemplo disso é a capoeira, que hoje é uma manisfestação cultural do país e deixou  de ser um esporte praticado, pela classe intermediária e  hoje se encontra em todas as camadas da sociedade.

O povo brasileiro é uma mistura de vários povos e culturas diferentes, essa fusão se transformou em uma coisa só, uma cultura que tem aspectos parecidos com outras, mas que tem sua própria identidade.

A capoeria Angola apesar de não viver seu melhores dias, ainda existe muito forte na região nordeste do país, onde é reverenciada e práticada.

 
 Roda de capoeira. ( foto tirada do site defato.com).
 

 

 

 

 

QUANDO A CORRUPÇÃO PASSOU A SER ACEITÁVEL?

Será que em algum momento entre 2015 e 2020 houve uma redefinição de conceitos morais e, com isso, algumas corrupções passaram a ser aceit...