Vídeo que mostra um pouco do trabalho realizado pela obra Social Dom Bosco em Itaquera, SP
Blog de opinião criado com o objetivo de discutir, sempre pautado por fatos e evidências, temas que consideramos relevantes para o debate público e a convivência em sociedade. Obrigado, e vamos fazer isso Juntos.
domingo, 23 de dezembro de 2012
domingo, 2 de dezembro de 2012
Encontro com um fim
![]() |
Foto: http://ribeirosamar.blogspot.com.br/2010/10/rosa-azul.html |
Precisei morrer para entender o que é a vida
Todas as formas de luz que vivi, apenas refletiram a minha
escuridão
Um poeta morto é como viver num eterno crepúsculo da alma.
A vida passa e os sentidos perdem os tons da beleza dos
seres, das artes, das paixões, do eu.
O homem, sempre egoísta, pede a outros o amor que nunca saiu
do seu olhar
Roga a alma, o brilho que deveria irradiar das suas próprias
palavras.
O poeta, morto como é, rouba de sua amiga o suor que deveria
ser seu, o sabor que há muito sua própria boca não produz
Pede sentido de tudo, para que continue a ser poeta.
Triste é ser morto sem nunca ter buscado
É não ter paixão em si
É nunca ter bebido do cálice da vida e, mesmo assim, não
saber disso.
Quero que entendas, hoje, apenas nesse instante, ao deitar
sob o bojo do meu eu, vejo que a Morte, muito honrada, não me puniu.
Ao não mais poder abrir os olhos a cada novo amanhecer, fui
libertado, purificado.
Talvez no teu regaço, nunca mais poderei deixar minha alma
poeta se martirizar
Foi preciso morrer para entender que a eterna liberdade que
busco, sem o devido óbito do meu ego, não seria alcançada.
Todas as expressões outrora construídas, no presente, não me
dizem nada
Por não ter mais vida no meu peito, entendo que há muito
minha alma jazia sem sol
Sempre a procura, hoje sabe que ninguém jamais encontrou.
Por
isso, seu nome, nunca pude pronunciar
Ser tolo não é perder o que tem.
A tolice do homem é não abrir os olhos da alma e assim, ver o
que realmente precisa buscar
Fui meu próprio ceifador
Da carne, do sangue, da prece, dos justos e injustos suguei
a essência
Mortal, foi saber que do poeta nunca pude tirar o ar da vida
e na vida, mera anfitriã, nunca soube me fazer eterno.
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
Desiderata
Foto: http://vidasustentavel.wordpress.com/ |
"Siga
tranquilamente entre a inquietude e a pressa,
lembrando-se de que há sempre paz no silêncio.
Tanto quanto possível sem humilhar-se, mantenha-se em harmonia com todos que o cercam.
Fale a sua verdade, clara e mansamente.
Escute a verdade dos outros, pois eles também têm a sua própria história.
Evite as pessoas agitadas e agressivas: elas afligem o nosso espírito.
Não se compare aos demais, olhando as pessoas como superiores ou inferiores a você:
isso o tornaria superficial e amargo.
Viva intensamente os seus ideais e o que você já conseguiu realizar.
Mantenha o interesse no seu trabalho,
por mais humilde que seja ele, é um verdadeiro tesouro na continua mudança dos tempos.
Seja prudente em tudo o que fizer, porque o mundo está cheio de armadilhas.
Mas não fique cego para o bem que sempre existe.
Em toda parte, a vida está cheia de heroísmo.
Seja você mesmo.
Sobretudo, não simule afeição e não transforme o amor numa brincadeira, pois, no meio de tanta aridez, ele é perene como a relva.
Aceite, com carinho, o conselho dos mais velhos
e seja compreensivo com os impulsos inovadores da juventude.
Cultive a força do espírito e você estará preparado
para enfrentar as surpresas da sorte adversa.
Não se desespere com perigos imaginários:
muitos temores têm sua origem no cansaço e na solidão.
Ao lado de uma sadia disciplina conserve,
para consigo mesmo, uma imensa bondade.
Você é filho do universo, irmão das estrelas e árvores,
você merece estar aqui e, mesmo se você não pode perceber,
a terra e o universo vão cumprindo o seu destino.
Procure, pois, estar em paz com Deus,
seja qual for o nome que você lhe der.
No meio do seu trabalho e nas aspirações, na fatigante jornada pela vida, conserve, no mais profundo do seu ser, a harmonia e a paz.
Acima de toda mesquinhez, falsidade e desengano, o mundo ainda é bonito.
Caminhe com cuidado, faça tudo para ser feliz
e partilhe com os outros a sua felicidade".
lembrando-se de que há sempre paz no silêncio.
Tanto quanto possível sem humilhar-se, mantenha-se em harmonia com todos que o cercam.
Fale a sua verdade, clara e mansamente.
Escute a verdade dos outros, pois eles também têm a sua própria história.
Evite as pessoas agitadas e agressivas: elas afligem o nosso espírito.
Não se compare aos demais, olhando as pessoas como superiores ou inferiores a você:
isso o tornaria superficial e amargo.
Viva intensamente os seus ideais e o que você já conseguiu realizar.
Mantenha o interesse no seu trabalho,
por mais humilde que seja ele, é um verdadeiro tesouro na continua mudança dos tempos.
Seja prudente em tudo o que fizer, porque o mundo está cheio de armadilhas.
Mas não fique cego para o bem que sempre existe.
Em toda parte, a vida está cheia de heroísmo.
Seja você mesmo.
Sobretudo, não simule afeição e não transforme o amor numa brincadeira, pois, no meio de tanta aridez, ele é perene como a relva.
Aceite, com carinho, o conselho dos mais velhos
e seja compreensivo com os impulsos inovadores da juventude.
Cultive a força do espírito e você estará preparado
para enfrentar as surpresas da sorte adversa.
Não se desespere com perigos imaginários:
muitos temores têm sua origem no cansaço e na solidão.
Ao lado de uma sadia disciplina conserve,
para consigo mesmo, uma imensa bondade.
Você é filho do universo, irmão das estrelas e árvores,
você merece estar aqui e, mesmo se você não pode perceber,
a terra e o universo vão cumprindo o seu destino.
Procure, pois, estar em paz com Deus,
seja qual for o nome que você lhe der.
No meio do seu trabalho e nas aspirações, na fatigante jornada pela vida, conserve, no mais profundo do seu ser, a harmonia e a paz.
Acima de toda mesquinhez, falsidade e desengano, o mundo ainda é bonito.
Caminhe com cuidado, faça tudo para ser feliz
e partilhe com os outros a sua felicidade".
Texto
escrito por Max Ehrmann, escritor americano, morto em 1945. Essa prosa poética
foi encontrada na igreja de Saint Paul, na cidade de Baltimore, em 1962 e já
foi traduzida para mais de 60 idiomas.
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Um poema para libertar – Ato 1
![]() |
Foto: http://ozhernandez.blogspot.com.br/ |
Novamente caiu em prantos por ti, bela moça que enrubesce
meu ser a cada novo olhar de desespero.
Teu sexo, tua carne, teu sabor, hoje estão um pouco mais sem
vida, sem tom, sem desejo.
De que vale um poeta amante para um alguém que não possui a
alma dos apaixonados, dos ousados, dos desesperados
Teu desejo que me inebriava hoje não mais desafoga meu ser, ainda
perdido nas águas cálidas e turvas da desesperança
Hoje não revela, por trás das nuvens densas do destino, o
sol de primavera que, outrora, erradia beleza perante o livre girassol do
recomeço
Agora o medo não será algo do meu futuro
As flores negras do passado, não habitaram mais o meu
destino, o caminho do poeta.
O temporal de viver sem ti, não destruirá o forte que
protege o meu coração trovador
Teus funestos e sedutores lábios, abrigo cruel e
apaixonante, não carregarão, a cada novo desabrochar, a espada que dilacera
minha carne mortal
Para mim começa um novo dia, inicia-se o ato um, o ato de
viver, de querer e de sentir os ventos que há muito deixaram de ser notados
Porque meu vão desejo os aprisionava longe do meu eu
Assim, simplesmente assim, volto a viver e a ter de volta
aquilo que meus sentidos despejaram muitas e muitas vezes dentro de ti
Flor morena sem ti, pobre que sou, volto a ter um pouco mais
de mim.
sábado, 24 de novembro de 2012
Tropicaliando
foto: http://www.ofluminense.com.br |
Fui estético, musical, fui
político, fui mortal, então cálice.
Não estou no que mostro, nem
no que não mostro, me interpretem a sua forma, a sua maneira, mas nunca cálice
diante de mim.
Nasci para incomodar, pra
manifestar, pra distorcer.
Não estou acima nem abaixo,
estou nas entrelinhas, estou implícito e convicto.
Cálice, lá junto com o
sangue derramado, com vozes silenciadas, com obras gritantes que assim, você
verá meu eu.
O sorvete é vermelho, a rosa
é vermelha, mas meu sangue vermelho brilhará diante da notícia, diante do sol,
sendo que nesse domingo aqui nesse parque, diante dessa bomba de olhos azuis,
um cálice nunca mais receberei.
Estou e sou implícito, então
olhe diante de mim João que veraz que não estou pra brincadeira e, através das
brincadeiras que faço, do cálice da arte volto a beber.
E então quem sou? Sou
simplesmente Brasil.
foto: http://quecorralavoz.com |
terça-feira, 20 de novembro de 2012
Em defesa do XINGU!!!
![]() |
Fonte: http://www.ncpam.com.br/2011/02/contestacao-de-belo-monte.html |
A polêmica em torno da construção da usina de Belo Monte na Bacia do Rio Xingu, em sua parte paraense, já dura mais de 20 anos. Entre muitas idas e vindas, a hidrelétrica de Belo Monte, hoje considerada a maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, vem sendo alvo de intensos debates na região, desde 2009, quando foi apresentado o novo Estudo de Impacto Ambiental (EIA) intensificando-se a partir de fevereiro de 2010, quando o MMA concedeu a licença ambiental prévia para sua construção.
Quem Não sabe o que se trata, vale a pena pesquisar.
sábado, 10 de novembro de 2012
domingo, 4 de novembro de 2012
Um pequeno poema para libertar
![]() |
Foto: http://ostrafazendoperola.blogspot.com.br |
A prisão da liberdade
Amo por querer ser amado e não
pelo vão desejo de estar junto
Livre no mundo? Talvez nunca
seja, mas porque uma vida prisioneira é sinônimo de amor.
O que o poeta quer? Quer a
liberdade da vida a dois.
Quer a prisão da liberdade a dois
sem abrir mão de ter a vós, linda donzela de pele morena e olhos negros que
revelam os caminhos da minha perdição.
O que o poeta busca?
Apenas o vento que fará as asas
do meu coração novamente baterem para assim, sobrevoar as terras áridas e as
esperanças infecundas que insistem em turvar sua alma.
O que o poeta tem?
Tem o amor, sentimento mórbido e fugaz
que dilacera cada parte do seu espírito a cada novo ciclo da orbi do seu
desejo.
O que o poeta precisa?
Precisa de ti, bela e inebriante
donzela, que a ele e a ela encanta, mas para o poeta oferece apenas a dor da dependência,
do desejo e da eternidade não mais alcançada.
Precisa beber novamente do teu
sexo, do teu calor, do teu espírito devasso e quente.
Quente como a luz do sol que ilumina seu rosto
a cada novo dia que surge, simplesmente para louvar a tua rara beleza morena.
Precisa de ti e apenas de ti, do
teu suor, da tua boca, do teu sexo, da tua vida e do teu ar.
Para que novamente as asas
aprisionadas no coração do poeta que esperam lúgubres para semear a vida possam,
nesse dia, fazer brotar esperanças no solo fértil do amor.
Recomeço
Após a virada do mês e com a proximidade do final do ano, o Miscelânea encerra sua homenagem ao mestre Darcy Ribeiro e retoma sua habitual salada de ideias . Com isso, peço ao nossos amigos para acompanhem as novas misturas que nosso time colocará nessa instigante bagunça organizada.
Obrigados a todos que já nos prestigiaram e para aqueles que nos virem agora, obrigado pela oportunidade e gentileza de parar e nos ler.
obrigado e que venham novas ideias.
Obrigados a todos que já nos prestigiaram e para aqueles que nos virem agora, obrigado pela oportunidade e gentileza de parar e nos ler.
obrigado e que venham novas ideias.
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
Biografia
Darcy Ribeiro nasceu em Montes
Claros, Minas Gerais, em 26 de outubro de 1922, e morreu em 1997. Ao longo de
sua vida, foi antropólogo, educador e romancista.
Iniciou seus estudos com medicina,
curso ao qual não se adaptou. Mudou, então, para Ciências Sociais pela Escola
de Sociologia e Política de São Paulo, com especialização em Antropologia, onde
se formou em 1946. Darcy dedicou os
primeiros anos de sua vida profissional ao estudo dos índios do Brasil Central,
Amazônia e Pantanal. Ele, no mesmo período, fundou o Museu do Índio (o qual
dirigiu até 1947), e foi colaborador na criação do Parque Indígena do Xingu.
Além disso, escreveu uma obra etnográfica e de defesa da causa indígena.
Foi diretor de Estudos Sociais do
Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais do MEC, de 1957 a 1961. Criou a
Universidade de Brasília.
Viveu em vários países latino-americanos
e neles conduziu programas de reforma universitária. Lecionou Antropologia na
Universidade Oriental do Uruguai, foi assessor do presidente Salvador Allende,
no Chile, e de Velasco Alvarado, no Peru. Durante esse período de tempo,
escreveu os cinco volumes de Antropologia da Civilização. Nestes livros, é proposta
uma teoria explicativa da desigualdade entre os povos americanos.
Dercy se dedicou muito à escrita durante
sua vida. Escreveu Maíra e O mulo; publicou um balanço da história brasileira
de 1900 a 1980, chamado Aos trancos e barrancos, além de Ensaios Insólitos e
Testemunho. Editou A uma etnológica brasileira. Publicou, em espanhol e em português,
A fundação do Brasil; uma compilação de seus discursos e ensaios chamada O
Brasil como problema e Noções das Coisas, um livro ilustrado para adolescentes.
Retornou ao Brasil em 1976 e,
então, dedicou-se à política e à educação. Elegeu-se vice-senador do Rio de
Janeiro, foi secretário da Cultura e coordenador do Programa de Educação, criou
a Biblioteca Pública Estadual, a Casa França-Brasil, a Casa Laura Alvin, o
Centro Infantil de Cultura de Ipanema e o Sambódromo, que funcionava como
escola primária. Foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras.
Em 1996, entregou à editora
Companhia das Letras seus Diários Índios, os quais continham anotações feitas
durante seu estudo dos índios Urubu-Kaapor, da Amazônia.
Contribuiu para o tombamento de
98 quilômetros de praias e encostas, além de casas do Rio de Janeiro. Foi
colaborador na criação do Memorial da América Latina. Gravou um disco na série
mexicana Vozes da América e adquiriu títulos de Doutor Honoris Causa da
Sorbonne e das Universidades de Montevidéu, Copenhague e da Venezuela Central. O culto
O
culto ocorre em Templos, Centros e Tendas, lugares onde os umbandistas se
encontram para cultuar os orixás e seus guias. Esses atos são chamados de
giras, sessões ou cultos. A ligação entre os encarnados e os desencarnados é
feita por médiuns. As sessões são divididas em desenvolvimento e consulta.
O
pai de santo, médium mais experiente, é o chefe do culto. É ele que coordena as giras e incorpora o
guia-chefe.
Há
também outros médiuns que "emprestam" seus corpos para os guias. Além
deles, há os Ogãs que tocam um instrumento de percussão chamado atabaque e com
ele transmitem vibração da espiritualidade superior. Tal ato cria um campo
energético que atrai os espíritos, e são geralmente responsáveis pela harmonia
da gira.
Por
fim, os corimbas, que cantam, e as cambonas, encarregadas de atender as entidades
e fornecer todo o material necessário para a realização dos trabalhos.
As
entidades incorporadas são: Pretos-Velhos, Caboclos, Crianças, Boiadeiros,
Marinheiros, Baianos, Orientais e Mineiros. Outras entidades, como Malandros e
Ciganos; e as de Quimbanda: Exus e Pomba-Giras (muitos centros não utilizam
essas entidades em atendimentos).
Na
consulta, as pessoas procuram conversam com as entidades visando obter
conselhos, cura e descarrego. Lá, a pessoa
pode tomar um passe, que ocorre quando a entidade reorganiza o campo energético
astral da pessoa e retira os fluidos negativos que nela possam estar.
O
descarrego é feito com a ajuda de um médium. Ele capta a energia negativa da
pessoa e a transfere para espaços do terreiro que dissipam estas energias. Nos
dias de desenvolvimento há as giras mediúnicas. Nelas, os sacerdotes ensinam os
mecanismos próprios da mediunidade.
domingo, 7 de outubro de 2012
A Umbanda e sua história
No Brasil existem mais de 140 milhões de católicos, e é um dos
países com mais fieis no mundo. No decorrer de sua história, desde seu
descobrimento, o Brasil acolheu diversos tipos de pessoas de todas as partes do
mundo, e essa mistura é presente e sentida nos dias atuais.
Mesmo sendo um país que tem a maioria da sua população católica, o
Brasil possui um leque enorme de outras religiões e uma delas é a Umbanda, que
é uma religião tipicamente brasileira. A palavra Umbanda possui vários
significados, um deles é união da banda, ou seja, união de religiões.
Os ensinamentos da Umbanda são: fé, amor, caridade e esperança. A
religião é uma junção de outras vertentes religiosas, como o Catolicismo,
Candomblé e Cardecismo. A prática umbandista já existia desde a época da
colonização, mas só foi proclamada como religião em 1908, quando o então
Cardercista Zélio Fernandino de Moraes, recebeu o espírito do “Caboclo Sete
Encruzilhadas”, em um terreiro no Rio de Janeiro e fundou o primeiro terreiro
de Umbanda da história.
Geralmente um terreiro de Umbanda possui o chefe e alguns médiuns, que incorporam os espíritos, além dos
tocadores de tambor, que também cantam as músicas de ordem religiosa. Dentro de
um centro de Umbanda, você encontra imagens católicas, símbolos do candomblé e
do cardecismo. Os médiuns utilizam roupas brancas e limpas e guias que servem
de para-raios, uma vez que eles estão expostos a todos os tipos de energia.
Depois de usadas, as vestimentas devem ser lavadas e guardadas, e depois de
velhas, devem ser despachadas em um ritual, porque elas fazem parte do rito e
não devem ser descartadas em qualquer lugar.
A Umbanda ainda é muito discriminada no Brasil, que é um país
Católico, porque dentro de seus encontros pessoas incorporam espíritos. Essas
entidades que se apossam do corpo desses cidadãos gostam muito de bebida, por
isso que os médiuns parecem estar bêbados, mesmo sem ter ingerido uma gota de
álcool.
Na umbanda existem 14 Orixás que protegem, cuidam
e ajudam as pessoas. Atualmente no Brasil existem mais de 400 mil umbandistas.
Umbanda
A
opressão, forma uma religião?

Um dos maiores crimes que a humanidade
foi capaz de cometer, e olha que não foram poucos, como não lembrar então, dos
genocídios, do apartheide, bomba nuclear entre outros. Uma dessas atrocidades
que merece destaque é a escravidão, que foi uma das práticas mais repudiosas que
o homem foi capaz de fazer.
Na época que Portugal colonizou o
Brasil não existia tanta mão de obra aqui, então os Lusitanos a importaram da África,
trazendo para o Brasil habitantes do continente africano para trabalhar aqui
como escravos. O povo africano daquela época já tinha habilidades para o
cultivo, sabia forjar ferramentas e tinham um biótipo avantajado.
Além de terem que trabalhar muito, os
escravos não tinham alimentos dignos e viviam amontoados em senzalas. Eles não
tinham o direito nem de cultuar os seus deuses. Os portugueses que eram e são
até hoje, um país católico, não permitia e reprimia qualquer manifestação
religiosa que não fosse a deles.
Então os escravos que tinham o
candomblé como religião, para poder continuar rezando para os seus orixás, fingiam
estar rezando para santos católicos, mas na verdade estavam orando para as suas
próprias divindades. Esse fenômeno, por assim dizer, veio se tornar anos mais
tarde, uma religião, a Umbanda, que nós conhecemos hoje. Então quando um
escravo rezava para Nossa Senhora, estava pensando em Oxum, Santa Barbara (Iansã),
São Jerônimo (Xangô), São Jorge (Ogum), Jesus Cristo (Oxalá) entre outros.
Muitos dos aprendizados que temos hoje,
devemos ao povo africano, que por mais que fosse escravizado, sempre teve em
seu DNA a liberdade, a criatividade, a força e a esperança, transformando uma
dificuldade em coisas boas. Esses ensinamentos não se encontram só na religião,
também podemos sentir essa influência na culinária, no esporte, em cultura e em
muitos outros campos.
Capoeira Contemporânea
Trazidos em péssimas condições e separados de
suas famílias no navio negreiro, os escravos contribuíram muito para a cultura
brasileira com aquilo que trouxeram da África. Em alguns momentos, chegou e
pensar-se que eles podem ter sido aculturados. Uma das coisas que os negros
incluíram em nossa cultura é a prática da capoeira.
Muito mais que movimentos físicos, a capoeira
possui grande tradição desde a época da escravidão, onde teve seu início. Antes
da existente e praticada atualmente, havia duas vertentes, sendo elas a
Capoeira Angola e a Regional.
No ano de 1970, a prática deixa de ser
somente brasileira, e começa a se expandir pelo exterior, principalmente nos
países da Europa. Neste mesmo ano, surgiu a capoeira contemporânea, um
movimento de vanguarda, considerada uma evolução natural da luta queé bastante
exercida e possui muito mais acrobacias, com características de estilo misto das
anteriores.
Além dos movimentos acrobáticos, também são
considerados atributos da capoeira moderna a normatização da prática,
uniformização, adoção do sistema de graduação através de cordas ou cordões e a
fundação de federações e associações.
Muitos movimentos da capoeira atual não são
encontrados na prática das angolana e regional.
Assim como a capoeira contemporânea é uma
junção das outras, assim também é o povo brasileiro, híbrido em sua cultura,
fruto da mistura dos índios, negros e europeus.
Capoeira Regional
Com conhecimentos adquiridos da
Capoeira Angola e Batuque (especial de luta-livre comum na Bahia do século XIX),
“Mestre Bimba”, Manoel dos Reis Machado (1899-1974) pode criar o estilo
“Capoeira Regional” por meados de 1928, a integrando como manifestação cultural
baiana. Mestre Bimba era conhecido por ser um habilidoso lutador nos ringues e
um praticante frequente da Capoeira Angola. O mestre capoeirista alterou alguns
movimentos típicos da Capoeira para remover uma imagem que lembrasse a origem
marginalizada do estilo, eliminando a malícia da postura corporal, inovou
idealizando e aplicando em seus discípulos capoeiristas um código de ética
rigoroso que atribuía até mesmo a higiene como exigência. Estabeleceu o uso de
uniformes brancos e se interessava fortemente pelo bom desempenho escolar e
atividades trabalhistas, no sentido de os alunos estarem empregados para,
portanto poderem treinar junto ao seu mestre.
A Capoeira Regional possui
algumas características específicas, dentre elas existem o exame de admissão,
que basicamente se resume em três exercícios simples: a cocorinha, queda de
rins e a ponte, com a intenção de verificar a flexibilidade, força e equilíbrio
do principiante. Logo em seguida, o aluno aprendia a gingar juntamente com o
auxílio do mestre.
A segunda característica era a
sequência de ensino do Mestre Bimba - se baseava em uma metodologia jamais
utilizada, sendo assim a pioneira em métodos de aprendizagem da capoeira, que
se era representada por uma sequência lógica de movimentos de ataque, defesa e
contra-ataque. A série original completa possui 17 golpes, cada aluno executa
154 movimentos e a dupla 308, permitindo que os iniciantes desenvolvam o
condicionamento físico e habilidades motoras específicas de capoeiristas.
A cintura desprezada são golpes
em sequências e balões conhecidos como movimentos de projeção da capoeira. Os
golpes que integram o conjunto são chamados de Aú Balão de lado, Tesoura de
costas, Balão cinturado, Apanhada e Gravata alta. Um momento de grande
significado para os alunos capoeiristas é o batizado, pois os iniciantes se
tornavam aptos para jogar pela primeira vez na roda.
O Esquenta Banho é uma prática
que nasceu da necessidade de os alunos se manterem aquecidos. Após o treino,
cada aluno podia tomar um banho, contudo o banheiro da academia era pequeno e
isto gerava filas numerosas. Para aproveitarem e manterem o corpo aquecido, os discípulos
realizavam pequenos desafios entre si, chamados de Arranca Rabo ou Bumba Meu
Boi. Ali testavam suas capacidades, geralmente os formados mais velhos.
A formatura era o momento que se
mostrava muito especial para o mestre e seus alunos, um ritual com direito a
Paraninfo, Madrinha, Orador e Medalhas, se encerrando com uma grande festa
realizada no Sitio Caruano no nordeste de Amaralina.
A Luna é uma marca forte da
Capoeira Regional de Mestre Bimba, um toque de Berimbau criado por ele que era
apenas tocado em eventos especiais e no final das aulas. Toque que só os alunos
formados tinham acesso à roda para executarem um “Jogo de Floreio” criativo,
bonito, curtido, malicioso e com movimentos de projeção.
Por fim havia um curso de especialização
tido como secreto que permitia apenas alunos formados pelo Mestre Bimba, com o
objetivo de aprimorar a capoeira. As músicas geralmente eram toques de berimbau,
São Bento Grande, Santa Maria, Banguela, Amazonas, Cavalaria, Idalina, Luna ,
Quadras – que são pequenas ladainhas com versos de 4 a 6 linhas e o Corrido, cantigas
com frases curtas que é repetida pelo coro. A Capoeira Regional possui como
marca e identidade golpes bem definidos, pernas esticadas, movimentos amplos,
jogo alto e objetivo.
Justificativa para a homenagem
Darcy Ribeiro por suas por suas
pesquisas e trabalhos voltados para história do nosso povo pode ser considerado
um dos maiores antropólogos do Brasil. Nenhum outro buscou mostrar de uma forma
tão clara e didática as peculiaridades da origem dessa gente tão rica, alegre e
diversa que honrosamente recebe o nome de povo brasileiro.
Dentre todas as vertentes
antropológicas estudadas por Darcy, ele dedicou especial atenção a nossas matrizes negras, pois, segundo o que
Darcy nos conta ao longo de sua obra, as origem africanas eram o tempero que
faltava para compor, juntamente com as matrizes
europeias e indígenas, a tríade
que torna o nosso Brasil, segundo ele, o pais mais rico do mundo em termos
culturais.
Além da miscigenação, os
africanos trouxeram para o Brasil traços culturais que se incorporaram ao DNA
do nosso povo. O ritmo, os temperos, as danças, a língua e a religião são
algumas das contribuições que a África e o sofrimento dos seus filhos, nossos
antepassados, deram a nós. Por fim, com o intuito de homenagear esse grande
pensador e baseados na sua obra mais conhecida intitulada “O povo brasileiro” o
blog miscelânea colocou em seu acervo uma série de textos, fotos e vídeos
referentes a cultura negra africana e brasileira que ajudaram a fomentar a
nossa identidade.
Para isso, devido à amplitude e
complexidade desse tema, decidimos usar como viés as tradições da Umbanda e da
Capoeira. Manifestações culturais de origens africanas, mas que hoje se
tornaram um traço quase que exclusivamente do nosso país, pois até em seu
continente de origem vêm sendo deixado de lado ou simplesmente sendo engolido
pela cultura europeia, um crime que felizmente ainda não nos atingiu
completamente.
Em memória
de Darcy Ribeiro usaremos e mostraremos ao longo dessa série que o blog
miscelânea coloca na rede as peculiaridades, tradições, mistérios e belezas que
retrata um pouco do passado histórico do brasil.
Documentário baseado na obra de Darcy
A seguir um trecho do documentário intitulado "O povo braseiro" baseado na obra do nosso homenageado. Nele encontraremos depoimentos e leituras de trechos feitos por Chico Buarque de Holanda, Carlos Serrano, Mãe Estela, François Neyt, além do depoimento do próprio Darcy Ribeiro que fala sobre a importância da matriz africana na formação da tríade que deu origem ao nosso povo.
Capoeira uma expressão cultural
A capoeira é uma expressão cultural Afro-brasileira que mistura luta, dança, cultura popular e música. segue abaixo uma série de imagens dessa manifestação que chegou ao Brasil junto com nossas matrizes africanas e que hoje faz parte do nosso patrimônio histórico cultural.
sábado, 6 de outubro de 2012
Capoeira
Angola e a sua participação, na construção de uma cultura.
Oh!
Zum, zum, zum capoeira mata um... Uma música que é uma luta, ou será uma luta
que é uma música? A capoeira é a única arte marcial, que você luta, ao som de
cantos primitivos e berimbau, os seus golpes foram inspirados em animais como:
bode que troca cabeçadas, os coices de cavalos e de uma luta africana chamada
nangol.
A capoeira surgiu por uma necessidade, uma vez
que os escravos precisavam de um mecanismo para poder se defender do abuso de
seus opressores. Por parecer com uma dança à capoeira não era proibida pelos
capatazes dos engenhos, os mesmos acreditavam se tratar de um ritual.
A
primeira por assim dizer modalidade da capoeira que surgiu, foi a Angola, que é
mais lenta, sua ginga é mais cadenciada, porém com golpes velozes, os movimentos
são simultâneos aos dos toques do berimbau, ela é quase toda praticada no solo,
não tem acrobacias, como a capoeira contemporânea, e não é tão rápida como a
capoeira regional. As suas músicas são orgânicas e estão sempre acompanhadas de seis
instrumentos que formam a assim chamada bateria de Angola, que são: três berimbaus o berra boi, o gunga e o berimbau
viola. Além destes instrumentos, são utilizados um agogô, um reco-reco e um atabaque.
O gunga ou berra-boi,
que é um berimbau de cabaça grande e pau fino, emite o som mais grave dos três
berimbaus e normalmente é o berimbau responsável por ditar o ritmo dos demais
instrumentos e por consequência do jogo propriamente dito. O berimbau médio
tem cabaça com tamanho intermediário entre os outros dois berimbaus e o pau de
espessura mediana. Seu som está entre os dois extremos da escala de tons
musicais. O berimbau viola, que tem a cabaça pequena e o pau mais
espesso entre os três, é o berimbau que emite sons agudos. Ele é responsável
pelas improvisações dentro do ritmo da bateria.
O povo brasileiro é uma mistura de
vários povos e culturas diferentes, essa fusão se transformou em uma coisa só,
uma cultura que tem aspectos parecidos com outras, mas que tem sua própria
identidade.
A capoeria Angola apesar de não
viver seu melhores dias, ainda existe muito forte na região nordeste do país,
onde é reverenciada e práticada.
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