domingo, 7 de outubro de 2012

Capoeira Regional


Com conhecimentos adquiridos da Capoeira Angola e Batuque (especial de luta-livre comum na Bahia do século XIX), “Mestre Bimba”, Manoel dos Reis Machado (1899-1974) pode criar o estilo “Capoeira Regional” por meados de 1928, a integrando como manifestação cultural baiana. Mestre Bimba era conhecido por ser um habilidoso lutador nos ringues e um praticante frequente da Capoeira Angola. O mestre capoeirista alterou alguns movimentos típicos da Capoeira para remover uma imagem que lembrasse a origem marginalizada do estilo, eliminando a malícia da postura corporal, inovou idealizando e aplicando em seus discípulos capoeiristas um código de ética rigoroso que atribuía até mesmo a higiene como exigência. Estabeleceu o uso de uniformes brancos e se interessava fortemente pelo bom desempenho escolar e atividades trabalhistas, no sentido de os alunos estarem empregados para, portanto poderem treinar junto ao seu mestre.

A Capoeira Regional possui algumas características específicas, dentre elas existem o exame de admissão, que basicamente se resume em três exercícios simples: a cocorinha, queda de rins e a ponte, com a intenção de verificar a flexibilidade, força e equilíbrio do principiante. Logo em seguida, o aluno aprendia a gingar juntamente com o auxílio do mestre.

A segunda característica era a sequência de ensino do Mestre Bimba - se baseava em uma metodologia jamais utilizada, sendo assim a pioneira em métodos de aprendizagem da capoeira, que se era representada por uma sequência lógica de movimentos de ataque, defesa e contra-ataque. A série original completa possui 17 golpes, cada aluno executa 154 movimentos e a dupla 308, permitindo que os iniciantes desenvolvam o condicionamento físico e habilidades motoras específicas de capoeiristas.

A cintura desprezada são golpes em sequências e balões conhecidos como movimentos de projeção da capoeira. Os golpes que integram o conjunto são chamados de Aú Balão de lado, Tesoura de costas, Balão cinturado, Apanhada e Gravata alta. Um momento de grande significado para os alunos capoeiristas é o batizado, pois os iniciantes se tornavam aptos para jogar pela primeira vez na roda.

O Esquenta Banho é uma prática que nasceu da necessidade de os alunos se manterem aquecidos. Após o treino, cada aluno podia tomar um banho, contudo o banheiro da academia era pequeno e isto gerava filas numerosas. Para aproveitarem e manterem o corpo aquecido, os discípulos realizavam pequenos desafios entre si, chamados de Arranca Rabo ou Bumba Meu Boi. Ali testavam suas capacidades, geralmente os formados mais velhos.

A formatura era o momento que se mostrava muito especial para o mestre e seus alunos, um ritual com direito a Paraninfo, Madrinha, Orador e Medalhas, se encerrando com uma grande festa realizada no Sitio Caruano no nordeste de Amaralina.

A Luna é uma marca forte da Capoeira Regional de Mestre Bimba, um toque de Berimbau criado por ele que era apenas tocado em eventos especiais e no final das aulas. Toque que só os alunos formados tinham acesso à roda para executarem um “Jogo de Floreio” criativo, bonito, curtido, malicioso e com movimentos de projeção.

Por fim havia um curso de especialização tido como secreto que permitia apenas alunos formados pelo Mestre Bimba, com o objetivo de aprimorar a capoeira. As músicas geralmente eram toques de berimbau, São Bento Grande, Santa Maria, Banguela, Amazonas, Cavalaria, Idalina, Luna , Quadras – que são pequenas ladainhas com versos de 4 a 6 linhas e o Corrido, cantigas com frases curtas que é repetida pelo coro. A Capoeira Regional possui como marca e identidade golpes bem definidos, pernas esticadas, movimentos amplos, jogo alto e objetivo.

Justificativa para a homenagem


Darcy Ribeiro por suas por suas pesquisas e trabalhos voltados para história do nosso povo pode ser considerado um dos maiores antropólogos do Brasil. Nenhum outro buscou mostrar de uma forma tão clara e didática as peculiaridades da origem dessa gente tão rica, alegre e diversa que honrosamente recebe o nome de povo brasileiro.
Dentre todas as vertentes antropológicas estudadas por Darcy, ele dedicou especial atenção  a nossas matrizes negras, pois, segundo o que Darcy nos conta ao longo de sua obra, as origem africanas eram o tempero que faltava para compor, juntamente com as matrizes  europeias e indígenas,  a tríade que torna o nosso Brasil, segundo ele, o pais mais rico do mundo em termos culturais.
Além da miscigenação, os africanos trouxeram para o Brasil traços culturais que se incorporaram ao DNA do nosso povo. O ritmo, os temperos, as danças, a língua e a religião são algumas das contribuições que a África e o sofrimento dos seus filhos, nossos antepassados, deram a nós. Por fim, com o intuito de homenagear esse grande pensador e baseados na sua obra mais conhecida intitulada “O povo brasileiro” o blog miscelânea colocou em seu acervo uma série de textos, fotos e vídeos referentes a cultura negra africana e brasileira que ajudaram a fomentar a nossa identidade.
Para isso, devido à amplitude e complexidade desse tema, decidimos usar como viés as tradições da Umbanda e da Capoeira. Manifestações culturais de origens africanas, mas que hoje se tornaram um traço quase que exclusivamente do nosso país, pois até em seu continente de origem vêm sendo deixado de lado ou simplesmente sendo engolido pela cultura europeia, um crime que felizmente ainda não nos atingiu completamente.
Em memória de Darcy Ribeiro usaremos e mostraremos ao longo dessa série que o blog miscelânea coloca na rede as peculiaridades, tradições, mistérios e belezas que retrata um pouco do passado histórico do brasil.



Documentário baseado na obra de Darcy

A seguir um trecho do documentário intitulado "O povo braseiro" baseado na obra do nosso homenageado. Nele encontraremos depoimentos e leituras de trechos feitos por Chico Buarque de Holanda, Carlos Serrano, Mãe Estela, François Neyt, além do depoimento do próprio Darcy Ribeiro que fala sobre a importância da matriz africana na formação da tríade que deu origem ao nosso povo.




Capoeira uma expressão cultural



A capoeira é uma expressão cultural Afro-brasileira que mistura luta, dança, cultura popular e música. segue abaixo uma série de imagens dessa manifestação que chegou ao Brasil junto com nossas matrizes africanas e que hoje faz parte do nosso patrimônio histórico cultural.










sábado, 6 de outubro de 2012

A Umbanda na TV


A Umbada e seus rituais


Mitos e verdades sobre a Umbanda


Os Orixás na Umbanda

Abaixo, temos uma tabela para cada Orixá, com diversas informações sobre o culto destas divindades na Umbanda, suas cores, velas, domínios, oferendas, datas votivas, entre outras. 
Clique sobre as opções abaixo relacionadas e aprenda um pouco mais sobre os orixás da Umbanda:




Mestre Bimba, um dos maiores capoeiristas desse país!


Capoeira Angola e a sua participação, na construção de uma cultura.

Oh! Zum, zum, zum capoeira mata um... Uma música que é uma luta, ou será uma luta que é uma música? A capoeira é a única arte marcial, que você luta, ao som de cantos primitivos e berimbau, os seus golpes foram inspirados em animais como: bode que troca cabeçadas, os coices de cavalos e de uma luta africana chamada nangol.

 A capoeira surgiu por uma necessidade, uma vez que os escravos precisavam de um mecanismo para poder se defender do abuso de seus opressores. Por parecer com uma dança à capoeira não era proibida pelos capatazes dos engenhos, os mesmos acreditavam se tratar de um ritual.

A primeira por assim dizer modalidade da capoeira que surgiu, foi a Angola, que é mais lenta, sua ginga é mais cadenciada, porém com golpes velozes, os movimentos são simultâneos aos dos toques do berimbau, ela é quase toda praticada no solo, não tem acrobacias, como a capoeira contemporânea, e não é tão rápida como a capoeira regional. As suas músicas são orgânicas e estão sempre acompanhadas de seis instrumentos que formam a assim chamada bateria de Angola, que são: três berimbaus o berra boi, o gunga e o berimbau viola. Além destes instrumentos, são utilizados um agogô, um reco-reco e um atabaque.

O gunga ou berra-boi, que é um berimbau de cabaça grande e pau fino, emite o som mais grave dos três berimbaus e normalmente é o berimbau responsável por ditar o ritmo dos demais instrumentos e por consequência do jogo propriamente dito. O berimbau médio tem cabaça com tamanho intermediário entre os outros dois berimbaus e o pau de espessura mediana. Seu som está entre os dois extremos da escala de tons musicais. O berimbau viola, que tem a cabaça pequena e o pau mais espesso entre os três, é o berimbau que emite sons agudos. Ele é responsável pelas improvisações dentro do ritmo da bateria.

Gunga, Medio y Viola Os três berimbaus da Capoeira Angola, da esquerda para a direita: O Berra boy, Gunga e o Viola.( foto tirada do site Esquiva Capoeira de Oxossi do Uruguay).

 
A cultura africana está presente na cultura brasileira e sua marca é sentida e captada em tudo que foi produzido aqui, um exemplo disso é a capoeira, que hoje é uma manisfestação cultural do país e deixou  de ser um esporte praticado, pela classe intermediária e  hoje se encontra em todas as camadas da sociedade.

O povo brasileiro é uma mistura de vários povos e culturas diferentes, essa fusão se transformou em uma coisa só, uma cultura que tem aspectos parecidos com outras, mas que tem sua própria identidade.

A capoeria Angola apesar de não viver seu melhores dias, ainda existe muito forte na região nordeste do país, onde é reverenciada e práticada.

 
 Roda de capoeira. ( foto tirada do site defato.com).
 

 

 

 

 

quarta-feira, 3 de outubro de 2012


A Umbanda.
Uma religião 100% brasileira





Não se pode negar que a Religião de Umbanda nasceu da mistura de diversas crenças, vindas de outras religiões. Talvez por isso a Umbanda seja a religião que recebe a todos, sem discriminações.

É importante termos total consciência de que a Umbanda veio da cultura africana, somada aos costumes indígenas tupiniquins, além é claro do sincretismo católico, este último uma mistura de amor e imposição. Claro que ainda existem influências orientais, kardecistas, místicas, uma verdadeira miscelânea de culturas.

A mais forte destas influências é do Candomblé, pois apesar de a Umbanda ter nascido a pouco mais de 100 anos (primeiro registro oficial), sua raiz africada é milenar.

Pai Zélio Fernandino de Moraes foi quem registrou em cartório a primeira tenda Umbandista em 1908, sua casa, a Tenda de Umbanda Nossa Senhora da Piedade, não tocava atabaques, mas estes instrumentos do Candomblé foram incorporados a religião e hoje é difícil encontrar terreiro de Umbanda que não os possua em seus rituais. De onde veio isso?
Com certeza, esta influência veio de nossos queridos Pretos Velhos, entidades que se manifestam na Umbanda e que foram em vida, escravos de tempos antigos em nosso País. 


Estes negros escravos, trazidos da África eram adeptos do Candomblé, de diversas nações diferentes, e a Umbanda, ainda sem um código específico e singular, administra seus templos individualmente através das orientações de seus guias patronos, ou seja, quem determina certos fundamentos em uma casa de umbanda é o guia espiritual chefe desta casa, daí a forte influencia dos rituais de nação trazidos por nossos queridos Pretos Velhos.

Outra prova desta forte influencia e que também explica a entrada da cultura européia através da romana religião Católica, é o sincretismo dos Orixás (que vieram da África) com os santos católicos. Isso acontece simplesmente porque nossos antepassados negros, enquanto escravos, não podiam adorar Orixás e portanto adoravam santos católicos para não contrariar seus senhores, mas na verdade, quando um negro rezava para São Gerônimo por exemplo, estava em seu íntimo louvando a Xangô.



Gira de Oxum - Oxum no Terreiro de Umbanda




QUANDO A CORRUPÇÃO PASSOU A SER ACEITÁVEL?

Será que em algum momento entre 2015 e 2020 houve uma redefinição de conceitos morais e, com isso, algumas corrupções passaram a ser aceit...